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Relatório da PF diz que Bruno alertou para risco de vida no Javari

Onde estão Dom e Bruno? - CARL DE SOUZA / AFP
Onde estão Dom e Bruno? Imagem: CARL DE SOUZA / AFP

Do UOL, em São Paulo

14/06/2022 20h10Atualizada em 14/06/2022 20h22

Bruno Araújo Pereira, indigenista desaparecido no Amazonas junto ao britânico Dom Phillips, enviou uma mensagem no dia 31 de maio alertando que "corria risco de vida" devido a uma reunião agendada para 5 de junho, último dia em que ele e o colega foram vistos.

Relato de Eliésio Marubo, procurador do Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), à Polícia Federal reforçou que Bruno contou para ele sobre o suposto perigo em uma mensagem de texto, na qual disse que a reunião poderia "dar algum problema".

O encontro do indigenista seria com Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, mas não teria ocorrido. Bruno e Dom desapareceram na manhã do domingo (5) durante o trajeto de barco entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

Onde o indigenista e o jornalista desapareceram - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Amarildo foi preso e quatro testemunhas foram ouvidas. Na sexta-feira (10), uma testemunha disse à Polícia Civil ter visto o suspeito com outro homem na lancha logo atrás da embarcação onde estavam Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira. O segundo envolvido ainda não foi identificado pela polícia. Peritos encontraram, no barco de Amarildo, vestígios de sangue.

Ontem, a PF (Polícia Federal), que lidera o caso, negou que os dois homens tenham sido encontrados. "Não procedem as informações que estão sendo divulgadas a respeito de terem sido encontrados os corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips", falou em nota.

Hoje, a PF não reportou novas descobertas no caso, enquanto o ministro e presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, anunciou que um grupo de trabalho foi criado para supervisionar e auxiliar nas buscas.

"Máfia de peixes"

Ontem, o prefeito de Atalaia do Norte, Denis Paiva (União Brasil), falou que o caso pode ter relação com a "máfia dos peixes", conforme mostrou a agência de notícias norte-americana AP (Associated Press): "O motivo do crime é uma briga pessoal pela fiscalização da pesca", afirmou.

A AP também afirmou ter tido acesso a informações que a Polícia Federal teria compartilhado com lideranças indígenas. Além da "máfia do peixe", a PF não descartaria outras linhas de investigação. A agência internacional, inclusive, ressaltou que a região do desaparecimento tem forte atividade de narcotráfico.