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Conheça o jovem holandês que quer limpar 90% do lixo do oceano até 2040

Boyan Slat, fundador do The Ocean Cleanup, na Guatelama - Johan ORDONEZ / AFPTV / AFP
Boyan Slat, fundador do The Ocean Cleanup, na Guatelama Imagem: Johan ORDONEZ / AFPTV / AFP

Do UOL, em São Paulo

03/07/2022 04h00

Boyan Slat tem 27 anos e em 2011, quando tinha apenas 16, teve uma ideia quando mergulhava na Grécia e viu mais sacos plásticos do que peixes. Depois do choque no mar da Grécia, ele começou a desenvolver uma ideia que apresentou como um projeto de ciências. A ideia foi crescendo e acabou se tornando uma empresa: O The Ocean Cleanup (Limpeza de Oceano, em tradução literal).

A ambiciosa ideia de Slat é limpar 90% do lixo plástico do oceano até 2040. A promessa ganha destaque nesta semana, após a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que terminou hoje em Lisboa. Segundo conclusões da reunião, a preservação dos oceanos exige "mais ambição" dos dirigentes de cada país.

A história começou ainda como um trabalho escolar. Ele consistia em uma série de barreiras flutuantes, ancoradas no leito do mar. Primeiro elas capturariam e concentrariam os detritos flutuantes. O plástico se moveria ao longo das barreiras no sentido de uma plataforma, onde seria, então, extraído de forma eficiente.

Este projeto foi premiado como Melhor Projeto Técnico da Universidade de Tecnologia Delft, onde ele estudaria Engenharia Espacial mais tarde. Seis meses depois de entrar na faculdade, decidiu trancar o curso para tentar tornar seu projeto uma realidade. Todo o dinheiro que ele tinha para a empreitada era 200 euros (cerca de R$ 630 na época). Os meses seguintes foram usados em busca de patrocínio.

Ele chegou a realizar uma palestra no TEDx sobre o seu conceito de como os oceanos poderiam ser limpos. A fala acabou tornando-se viral e o site ganhou destaque pelo mundo. Ele montou uma plataforma de financiamento coletivo que captou US$ 80 mil em 15 dias.

De acordo com o Programa de Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas há, em média, 13 mil peças de plástico flutuantes por quilômetro quadrado de oceano. Muitas dessas partículas acabam sendo ingeridas acidentalmente pelos animais marinhos, que podem morrer já que o plástico enche os seus estômagos.

Apesar do entusiasmo e do apoio que recebeu após as falas viralizarem, Slat começou a receber críticas sobre o seu projeto. Um problema é que o plástico não está apenas flutuando na superfície, mas é encontrado em toda a extensão de água, mesmo em sedimentos no fundo do oceano.

As primeiras tentativas também começaram a fracassar. Em setembro de 2018, o Ocean Cleanup lançou um coletor gigante de plástico no Oceano Pacífico com o objetivo de limpar as águas de toneladas de resíduos. Meses depois, o dispositivo de 609,6 m de comprimento precisou voltar para terra firme e passar por um conserto, já que uma parte da barreira rompeu. Além disso, como o dispositivo perdia a forma, parte dos detritos recuperados escapava da coleta.

No final de julho de 2021, o projeto tentou lançar um novo sistema em grande escala. Segundo a empresa, os testes foram bem sucedidos e a tecnologia aprovada. Agora, a ideia é aumentar a frota para limpar mais regiões do oceano.