Rússia acusa França de violar diplomacia após TV divulgar reunião com Putin
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, criticou hoje a divulgação por um canal de televisão francês de uma conversa entre os presidentes de seu país, Vladimir Putin, e francês Emmanuel Macron quatro dias antes do início da ofensiva de Moscou na Ucrânia. A guerra começou no dia 24 de fevereiro deste ano.
"A etiqueta diplomática não prevê vazamentos unilaterais de (tais) gravações", disse Lavrov durante uma viagem ao Vietnã.
A conversa telefônica tensa, de nove minutos, entre Macron e Putin foi divulgada em um documentário do canal France 2 que retrata a mediação do conflito por parte do presidente francês.
Lavrov disse que a Rússia não tem nada do que se envergonhar pelo conteúdo da conversa entre os dois líderes.
"Nós, em princípio, lideramos negociações de tal forma que nunca temos nada do que nos envergonhar. Nós sempre falamos o que pensamos, estamos preparados para responder por nossas palavras e explicar nossa posição", disse.
No domingo (3), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, disse que "dificilmente vale a pena esperar que o lado francês respeite a confidencialidade de alguém", durante um talk show de um TV estatal. "Paris sinalizou para o mundo inteiro que considera normal publicar conversas entre seus líderes e parceiros", afirmou a diplomata.
Essa não foi a primeira vez que a França foi acusada de vazar transcrições de conversas entre Macron e Putin. Em 2020, o jornal Le Monde publicou conversas entre os dois presidentes sobre o líder da oposição Alexey Navalny, dois meses após o envenenamento do adversário do Kremlin. Navalny foi condenado a nove anos de prisão por "fraude" e "desacato" no final de março sob acusações de desviar milhões de rublos em doações para suas organizações anticorrupção.
O ativista, conhecido pelas investigações sobre a corrupção e o estilo de vida das elites russas, é alvo da repressão das autoridades há mais de dois anos.
Em agosto de 2020, ele ficou gravemente ferido na Sibéria, vítima de um envenenamento com um agente neurotóxico ordenado, segundo ele, pelo presidente russo, Vladimir Putin. O Kremlin nega, mas as autoridades russas nunca investigaram a suposta tentativa de assassinato.
O Kremlin nega, mas as autoridades russas nunca investigaram a suposta tentativa de assassinato.
*Com informações de AFP
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