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China suspende diálogos sobre clima, narcotráfico e mais 6 temas com os EUA

Presidente da China, Xi Jinping - CARLOS GARCIA RAWLINS
Presidente da China, Xi Jinping Imagem: CARLOS GARCIA RAWLINS

Do UOL*, em São Paulo

05/08/2022 08h49

A China anunciou hoje o cancelamento de compromissos com os Estados Unidos como forma de retaliação pela visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes americana, a Taiwan nesta semana.

Entre as oito suspensões, então conversas sobre mudanças climáticas — uma das principais agendas do governo de Joe Biden — e diálogos conjuntos entre comandantes militares, bem como cooperações na repatriação de imigrantes ilegais, na resolução de crimes transfronteiriços e no combate ao narcotráfico.

Veja a lista completa:

  • Cancelamento das conversas entre comandantes militares da China e dos EUA;
  • Cancelamento das conversas da Coordenação das Políticas de Defesa China-EUA;
  • Cancelamento dos encontros do Acordo Consultivo dos Militares Marítimos entre China-EUA;
  • Suspensão da cooperação China-EUA na repatriação de imigrantes ilegais;
  • Suspensão na cooperação China-EUA na assistência legal em assuntos criminais;
  • Suspensão na cooperação China-EUA contra crimes transnacionais;
  • Suspensão da cooperação China-EUA contra narcotráficos;
  • Suspensão nas conversas entre China-EUA em relação às mudanças climáticas.

A lista foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do país.

China e Estados Unidos, os dois maiores emissores de gases do efeito estufa do mundo, alcançaram um acordo surpresa sobre o clima na cúpula COP26 celebrada em Glasgow no ano passado.

No acordo, os países se comprometeram a trabalhar juntos para acelerar a ação a favor do clima durante a próxima década e a se reunir regularmente para "abordar a crise climática".

Sanções contra Nancy Pelosi

O país também anunciou sanções contra Nancy Pelosi, que, com com a visita, "interferiu gravemente nos assuntos internos da China e minou seriamente a soberania e integridade territorial", disse a pasta. As restrições serão impostas "a Pelosi e sua família imediata". Mais detalhes da amplitude das medidas não foram anunciados.

A China impôs sanções contra vários funcionários do governo americano no últimos anos por ações, na opinião de Pequim, contrárias ao interesses do país e por declarações sobre os direitos humanos em Hong Kong e na região de Xinjiang (noroeste), algumas vezes sem especificar a natureza das medidas.

Em março, Pequim adotou restrições de visto a uma lista não publicada de funcionários americanas que supostamente "inventaram mentiras sobre questões de direitos humanos envolvendo a China".

China responde militarmente

Desde ontem, a China faz exercícios militares na região do Estreito de Taiwan. Já foram utilizadas mais de 100 aeronaves, diz a mídia estatal, e hoje mísseis chineses sobrevoaram o território da ilha durante as manobras militares.

O ministério da Defesa de Taiwan afirmou em um comunicado divulgado nesta sexta-feira que "aviões e navios de guerra" chineses cruzaram a "linha média" do Estreito de Taiwan, que separa a ilha do continente. A pasta denunciou exercícios militares "altamente provocadores".

Biden foi contra visita de Pelosi

Desde a especulação da viagem de Nancy Pelosi a Taiwan, autoridades chinesas se posicionaram fortemente contra a visita, já que o país considera Taiwan como parte integrante de seu território e busca a reunificação com a ilha.

O governo de Joe Biden tentou dissuadir Pelosi da visita. A ideia era que a congressista fosse ao país asiático em outra oportunidade, segundo informações da Bloomberg. Porém, a segunda na linha sucessória da presidência dos EUA não desistiu da parada em Taipé.

Segundo os relatos feitos à Bloomberg, quando ficou claro que ela não mudaria seus planos, o governo norte-americano montou um plano de contingência. Essa medida tinha como objetivo garantir que os canais de comunicação com Pequim estivessem funcionando e que qualquer crise poderia ser minimizada.