Mykolaiv, na Ucrânia, sofre bombardeios; governo anuncia toque de recolher
A cidade de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, registra horas seguidas de bombardeios nesta sexta-feira (5). Segundo o chefe da administração regional, Vitaly Kim, "há mortos e ao menos 10 feridos, entre os quais, um menino".
"A área atingida é muito ampla. Casas privadas e prédios foram atingidos. Há incêndios e destruição significativa", afirmou também a chefe do Conselho Regional, Hanna Zamazeyeva, à "ExpresoTV".
A cidade ficará sob um longo toque de recolher a partir das 23h (hora local) desta sexta informou o chefe da administração militar regional, Vitaly Kim, ao portal "Unian". A medida ficará em vigor, ao menos, até às 5h da segunda-feira (8).
Durante esse período, "é proibido que a pessoas permaneçam nas ruas e em outros locais públicos sem certificados ou passes de autorização emitidos especialmente" para o período, acrescentou ainda Kim. Já em caso de alguma emergência, as pessoas devem acionar a polícia para serem escoltadas e transitarem pelas ruas.
Mykolaiv sempre ficou sob controle ucraniano desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, mas é alvo de constantes ataques da Rússia desde então. A área é considerada estratégica por Moscou e governo de Vladimir Putin já afirmou que quer ir "além do Donbass", área que compreende as províncias separatistas de Donetsk e Lugansk.
Na manhã desta sexta-feira, o prefeito da cidade, Oleksandr Sienkevych, relatou que desde as primeiras horas do dia há ataques, com explosões sendo ouvidas em diversos pontos. Não há informações de mortes ou feridos.
Mykhailo Podolyak, principal conselheiro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, rebateu de forma irritada um relatório da ONG Anistia Internacional que acusou Kiev de colocar a vida de civis em risco durante a guerra iniciada pela Rússia.
"É uma vergonha que uma organização como a Anistia Internacional esteja participando dessa campanha de desinformação e propaganda russa. A Ucrânia respeita as leis de guerra e o direito humano internacional. A prioridade absoluta para as forças armadas é preservar a vida e a saúde de cada cidadão", disse Podolyak afirmando que são os russos que bombardeiam áreas residenciais "regularmente".
"Vemos regularmente o Exército russo que bombardeia áreas residências a cerca de 500 quilômetros de distância do fronte, matando civis deliberadamente. Todos os crimes de guerra russos estão sendo registrados - seja pelas nossas equipes de investigação ou pela internacionais - e eles serão perseguidos da forma apropriada", pontuou ainda.
Já Zelensky afirmou que "qualquer um que absolva a Rússia e acredite artificialmente em um contexto informativo em que alguns ataques terroristas possam ser justificados ou compreensíveis, não pode nem fazer ideia do quanto está ajudando os terroristas".
O relatório que irritou Kiev foi publicado nesta quinta-feira (4) e diz que as forças ucranianas "colocaram em perigo as populações civis ao fazer bases e usar armamentos a partir de centros habitados, também em escolas e hospitais".
"Essas táticas violam o direito internacional humanitário porque transformam objetivos civis em objetivos militares. A maior parte dos centros habitados onde estavam os soldados ucranianos estavam a quilômetros de distância das linhas de fronte e, por isso, haviam alternativas. O exército ucraniano não cumpriu plenamente seu dever", diz o documento que coletou informações nas regiões de Kharkiv, Donbass e Mykolaiv entre abril e julho.
*Com informações da Ansa
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