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EUA reagem a ações militares em Taiwan e convocam embaixador da China

Aeronave do Exército de Libertação Popular da China sobrevoa ponto próximo a Taiwan  - ALY SONG/REUTERS
Aeronave do Exército de Libertação Popular da China sobrevoa ponto próximo a Taiwan Imagem: ALY SONG/REUTERS

Do UOL, em São Paulo*

05/08/2022 11h11Atualizada em 05/08/2022 12h15

Os Estados Unidos convocaram hoje o embaixador da China para ir à Casa Branca com o objetivo de protestar contra as ações militares chinesas em Taiwan, afirmou o porta-voz de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby. O disparo de mísseis é visto como um desacordo da manutenção da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, classificou hoje as manobras como uma "escalada injustificada". Ele acrescentou: "Agora, eles levaram os atos perigosos a um novo nível".

Desde ontem, a China faz exercícios militares na região do Estreito de Taiwan em resposta à visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a Taiwan.

Já foram utilizadas mais de 100 aeronaves, diz a mídia estatal, e hoje mísseis chineses sobrevoaram o território da ilha durante as manobras militares.

"Apesar das sérias preocupações e firme oposição da China, Pelosi insistiu em visitar Taiwan, interferindo seriamente nos assuntos internos da China, minando a soberania e a integridade territorial da China, atropelando a política de 'uma só China' e ameaçando a paz e a estabilidade do Estreito de Taiwan", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em comunicado.

Hoje, as relações diplomáticas entre EUA e China pioraram ainda mais após o Ministério das Relações Exteriores da China anunciar o cancelamento de diálogos entre os líderes militares e a suspensão das negociações bilaterais sobre clima e segurança marítima.

Washington diz "não buscar crise"

Anthony Blinken também afirmou hoje, durante o Fórum Regional da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que Washington deixou repetidamente claro para Pequim que não busca uma crise.

Pelosi teria visitado a ilha em contradição com o que o próprio governo Biden defendia. Porta-vozes do democrata tentaram dissuadir Pelosi da visita, diz a imprensa americana, mas, ao perceberem que não conseguiriam, os trabalhos foram voltados para manter os canais de diálogo com Pequim abertos.

Taiwan: chineses cruzaram linha que separa territórios

O ministério da Defesa de Taiwan afirmou em um comunicado divulgado nesta sexta-feira que "aviões e navios de guerra" chineses cruzaram a "linha média" do Estreito de Taiwan, que separa a ilha do continente. A pasta denunciou exercícios militares "altamente provocadores".

Já o ministério da Defesa do Japão, país que também está em alerta com a movimentação chinesa, afirmou que dos nove mísseis detectados, "quatro teriam sobrevoado a principal ilha de Taiwan".

Aeronave do Exército de Libertação Popular da China sobrevoa ponto próximo a Taiwan no dia 5 de agosto - ALY SONG/REUTERS - ALY SONG/REUTERS
Aeronave do Exército de Libertação Popular da China sobrevoa ponto próximo a Taiwan no dia 5 de agosto
Imagem: ALY SONG/REUTERS

As manobras militares devem prosseguir até meio-dia (hora local) de domingo. Até o momento, a China ignorou os protestos dos Estados Unidos e seus aliados.

*Com informações de Reuters