Chanceler chama Eduardo Bolsonaro de 'ignorante' após críticas a Kirchner
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Santiago Cafiero, chamou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de "ignorante" após ele criticar a vice-presidente Cristina Kirchner, acusada de corrupção pelo Ministério Público argentino.
No Twitter, Eduardo Bolsonaro sinalizou apoio a uma mensagem do senador republicano Ted Cruz, aliado do ex-presidente Donald Trump, defendendo sanções do governo dos Estados Unidos contra Cristina Kirchner.
A evidência de que Cristina Kirchner é uma cleptocrata agora é pública e avassaladora, e sua corrupção por décadas minou a segurança nacional americana. O Congresso determinou sanções por seu comportamento. A administração Biden deve aplicá-las.
Tweet de Ted Cruz, que recebeu apoio do deputado Eduardo Bolsonaro
Apesar do comentário do republicano, o governo Joe Biden mantém boas relações com a Argentina.
Cafiero usou o Twitter para responder a Eduardo Bolsonaro e Ted Cruz. Ele escreveu que "um é mais ignorante que o outro" e afirmou que há uma perseguição judicial contra Cristina Kirchner, "movida por interesses ideológicos que nascem fora da Argentina".
Cafiero é um dos funcionários do governo de Alberto Fernández mais ativos na defesa pública de Cristina Kirchner.
Os presidentes de Colômbia, México, Bolívia e Argentina divulgaram na quarta-feira (24) uma declaração conjunta de apoio a Cristina Kirchner, a quem consideram vítima de uma "perseguição judicial injustificável".
No Brasil, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) prestou "incondicional solidariedade" à vice-presidente da Argentina. Nas redes sociais, a petista escreveu que Cristina Kirchner é vítima de "perseguição política".
Prisão de Cristina Kirchner
O Ministério Público da Argentina pediu na segunda-feira (22) a prisão da vice-presidente do país, Cristina Kirchner, por suposta corrupção quando foi presidente (2007-2015), uma punição que, se confirmada, pode retirar seus direitos políticos. O pedido é assinado pelos promotores Diego Luciani e Sergio Mola.
Ao todo, a promotoria pede a condenação de Cristina a 12 anos de prisão e também que ela seja impedida "permanentemente" de exercer cargos públicos, além do confisco de $ 5,3 milhões de pesos argentinos (ou cerca de R$ 200 mil, no câmbio atual), segundo informou o jornal "La Nación".
"Senhores, juízes, esta é a hora. É corrupção ou justiça", concluiu Luciani.
O caso de Kirchner, que tem imunidade política por conta dos cargos de vice-presidente e presidente do Senado, está em julgamento desde 2019. Ela e outras doze pessoas são julgadas em um caso no qual Cristina é acusada de ter orientado a atribuição de licitações de obras públicas na província de Santa Cruz (sul), seu berço político, para favorecer o empresário Lázaro Báez.
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