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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Rússia ataca região de usina nuclear de Zaporizhzhia, maior da Europa

24.ago.22 - Imagem de satélite mostra incêndio ao lado da usina nuclear de Zaporizhzhia - European Union, Copernicus Senti/via REUTERS
24.ago.22 - Imagem de satélite mostra incêndio ao lado da usina nuclear de Zaporizhzhia Imagem: European Union, Copernicus Senti/via REUTERS

Do UOL, em São Paulo*

28/08/2022 14h38Atualizada em 28/08/2022 14h46

A Ucrânia registrou bombardeios neste fim de semana na região da usina de Zaporizhzia, a maior da Europa. A artilharia russa disparou na noite de ontem contra cidades ucranianas do lado oposto do rio Dnipro a partir da central nuclear.

Os novos ataques aumentam a angústia dos moradores e preocupações da comunidade internacional de um desastre radioativo. Ontem, a agência estatal de energia nuclear da Ucrânia, a Energoatom, alertou para o risco de "vazamento de substâncias radioativas" da usina —um acidente poderia cobrir a Alemanha, Polônia e Eslováquia com material radioativo.

O governador regional, Oleksandr Starukh, disse no Telegram neste domingo que as forças russas atacaram prédios residenciais na principal cidade da região, Zaporizhzhia, a cerca de duas horas de carro da usina, e na cidade de Orikhiv, ao leste.

No sábado, Starukh disse a uma rede de TV ucraniana que os moradores estavam recebendo orientações para usar iodo no caso de vazamento de radiação.

Os militares da Ucrânia relataram o bombardeio de mais nove cidades na área do lado oposto do rio Dnipro a partir da usina, segundo relatório diário. Já a agência RIA disse, citando o Ministério da Defesa russo, que a força aérea atingiu uma planta da fabricande de motores de aeronaves Motor Sich na região, onde os helicópteros foram reparados.

A Reuters não pôde verificar esses relatos.

27.ago.22 - Casas residenciais destruídas por ataque militar russo são vistas, enquanto o ataque da Rússia à Ucrânia continua, na cidade de Orikhiv, região de Zaporizhzhia, Ucrânia - STRINGER/REUTERS - STRINGER/REUTERS
27.ago.22 - Casas residenciais destruídas por ataque militar russo são vistas, enquanto o ataque da Rússia à Ucrânia continua, na cidade de Orikhiv, região de Zaporizhzhia, Ucrânia
Imagem: STRINGER/REUTERS

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) divulgou hoje que a Ucrânia registrou uma série de ataques na área da usina entre quinta-feira (25) e sábado (27).

"Informações sobre a natureza dos danos estão incompletas", afirmou a agência em nota no Twitter.

De acordo com a AIEA, os ataques atingiram os chamados prédios especiais da usina, localizados a cerca de 100 metros dos edifícios dos reatores. Também houve danos em alguns canos de água, agora reparados.

A Ucrânia relatou ainda que "todos os sistemas de segurança permanecem operacionais e que a radioatividade está dentro do quadro da normalidade".

Rússia e Ucrânia trocam acusações por bombardeios

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que houve mais bombardeios ucranianos na usina de Zaporizhzia nas últimas 24 horas. A estatal nuclear ucraniana Energoatom disse não ter novas informações sobre ataques à usina.

Capturado por tropas russas em março, mas ainda administrado por funcionários ucranianos, o complexo nuclear tem sido um dos principais focos do conflito, que já dura seis meses.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse em comunicado no domingo que Moscou não quer reconhecer o grave risco radiológico na usina de Zaporizhzhia. A pasta disse que a Rússia travou a versão final de um acordo sobre não proliferação nuclear pois o documento mencionava tal risco.

O porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, disse que nove projéteis disparados pela artilharia ucraniana em dois ataques separados atingiram o terreno da usina nuclear.

"Atualmente, pessoal técnico em tempo integral está monitorando as condições técnicas da usina nuclear e garantindo sua operação. A situação de radiação na área da usina nuclear permanece normal", disse ele em comunicado.

As Nações Unidas e Kiev pediram a retirada de equipamentos militares e pessoal da fábrica para garantir que o local não seja um alvo.

O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, disse que as forças russas transformaram a usina em base militar, colocando todo o continente em risco.

"Os militares russos devem sair da fábrica", escreveu ele no Twitter.

A agência nuclear da ONU, AIEA, está aguardando autorização para que seus funcionários visitem a usina, o que deve estar "muito, muito próximo" de acontecer, disse o chefe da entidade na quinta-feira.

*Com informações de Reuters e ANSA