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Petro diz que Castillo errou, mas defende que peruano foi 'encurralado'

Pedro Castillo, então presidente do Peru, em pronunciamento oficial ontem - Reprodução
Pedro Castillo, então presidente do Peru, em pronunciamento oficial ontem Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

08/12/2022 15h29Atualizada em 08/12/2022 15h29

Gustavo Petro, presidente da Colômbia, fez uma série de publicações hoje no Twitter sobre a destituição do agora ex-presidente do Peru Pedro Castillo. Petro afirmou que a tentativa de Castillo para dissolver o Congresso foi errada, mas também o defendeu —sendo o primeiro líder mundial a apoiar o presidente deposto.

"Pedro Castillo foi encurralado desde o primeiro dia por ser um professor da Serra peruana e um presidente eleito popularmente. Não conseguiu mobilizar o povo que o elegeu; deixou-se levar ao suicídio político e democrático", disse Petro.

O colombiano disse que "sem dúvida" Castillo "estava errado ao tentar utilizar o artigo da Constituição peruana que permite a dissolução do Congresso que já tinha decidido demiti-lo sem respeitar a vontade do povo".

"A antidemocracia não pode ser combatida com a antidemocracia", disse Petro. Sem citar nomes, ele ainda ressaltou que não caberá à nova presidente Dina Boluarte resolver a crise institucional, a missão será do "povo do Peru".

O presidente da Colômbia também pediu que a Corte Interamericana de Direitos Humanos aja a favor de Castillo, pois "o direito de eleger e ser eleito e de ter um Tribunal de Justiça independente foi violado".

Entenda o caso

Ontem, no início da tarde (horário do Peru), Pedro Castillo anunciou à nação que iria dissolver o Congresso Nacional e instituir um "governo de emergência excepcional" a fim de convocar novas eleições e, posteriormente, mudar a Constituição do país. Jornais peruanos chamaram o ato de uma tentativa de golpe de estado.

O Congresso se antecipou em algumas horas e colocou em pauta o impeachment por "incapacidade moral" de Castillo, que foi aprovado. Pouco depois, a então vice Dina Boluarte assumiu a liderança do país.

Enquanto isso, Castillo entrava em um veículo da guarda presidencial com sua esposa e com uma das filhas, além de seu então chefe de gabinete. O destino era desconhecido pelos militares que faziam a escolta presidencial. Apenas no meio do caminho é que o motorista de Castillo, o sargento Josspeh Michael Grandez López, foi orientado a ir para a Embaixada do México, relatou ele à Polícia Nacional.

Minutos depois, Grandez López recebeu uma ligação do chefe da Polícia Nacional estadual, o general Iván Lizzeti Salazar, que determinava que Castillo fosse detido pelas suspeitas dos crimes de rebelião, abuso de autoridade e infração.

Com a ordem, o motorista deteve a comitiva e deu prosseguimento à detenção de Pedro Castillo. Em seguida, o conduziu até a sede da Prefeitura de Lima para as diligências.

Em entrevista a uma TV mexicana, o ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, disse que o governo de seu país concederia o asilo a Castillo. No entanto, o peruano não fez uma solicitação do gênero.