Justiça do Peru decreta prisão preventiva de Pedro Castillo
A Justiça peruana decretou hoje a prisão preventiva do presidente destituído, Pedro Castillo. A medida vale por sete dias. Ele foi acusado de rebelião e conspiração após sua tentativa frustrada de autogolpe de Estado, quando tentou dissolver o Congresso Peruano.
"A Suprema Corte de Investigação Preparatória, a cargo do juiz Juan Carlos Checkley, decretou sete dias de prisão preventiva contra o ex-presidente Pedro Castillo, investigado pelo crime de rebelião (alternativamente conspiração)", tuitou o Judiciário em sua conta no Twitter.
Castillo enfrentaria ontem seu terceiro pedido de impeachment. Por suposta "incapacidade moral" congressistas de oposição pautaram a retirada do presidente. Ele tentou escapar e convocar novas eleições, porém, após o ato, perdeu ainda mais apoio no Legislativo.
Para aprovar um impeachment são necessários 87 votos e existem apenas 80 parlamentares de oposição. Após o ato classificado como golpista, porém, o presidente contou com 101 votos favoráveis a sua saída do poder e foi detido ainda ontem.
Juzgado Supremo de Investigación Preparatoria, a cargo de juez Juan Carlos Checkley, dispone siete días de #DetenciónPreliminar contra el expresidente #PedroCastillo, investigado por el delito de rebelión (alternativamente conspiración). pic.twitter.com/qFwPpZEUUs
-- Poder Judicial Perú (@Poder_Judicial_) December 8, 2022
A nova presidente do Peru, Dina Boluarte, descartou hoje a possibilidade de adiantar as eleições no país. Ela assumiu o cargo após uma tentativa de golpe de Pedro Castillo Terrones, que ameaçou dissolver o Congresso Nacional, sofreu o impeachment por "incapacidade moral" e foi detido ontem.
Em pronunciamento feito hoje, Dina afirmou que o pedido de novas eleições é democrático, mas que seu papel é "reorientar o país". O mandato de Dina Boluarte como presidente terminará apenas em julho de 2026.
Entenda o caso
Ontem, no início da tarde (horário do Peru), Pedro Castillo anunciou à nação que iria dissolver o Congresso Nacional e instituir um "governo de emergência excepcional" a fim de convocar novas eleições e, posteriormente, mudar a Constituição do país. Jornais peruanos chamaram o ato de uma tentativa de golpe de estado.
O Congresso se antecipou em algumas horas e colocou em pauta o impeachment por "incapacidade moral" de Castillo, que foi aprovado. Pouco depois, a então vice Dina Boluarte assumiu a liderança do país.
Enquanto isso, Castillo entrava em um veículo da guarda presidencial com sua esposa e com uma das filhas, além de seu então chefe de gabinete. O destino era desconhecido pelos militares que faziam a escolta presidencial. Apenas no meio do caminho é que o motorista de Castillo, o sargento Josspeh Michael Grandez López, foi orientado a ir para a Embaixada do México, relatou ele à Polícia Nacional.
Minutos depois, Grandez López recebeu uma ligação do chefe da Polícia Nacional estadual, o general Iván Lizzeti Salazar, que determinava que Castillo fosse detido pelas suspeitas dos crimes de rebelião, abuso de autoridade e infração.
Com a ordem, o motorista deteve a comitiva e deu prosseguimento à detenção de Pedro Castillo. Em seguida, o conduziu até a sede da Prefeitura de Lima para as diligências.
Em entrevista a uma TV mexicana, o ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, disse que o governo de seu país concederia o asilo a Castillo. No entanto, o peruano não fez uma solicitação do gênero.
(Com AFP)
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