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Iate de oligarca russo desaparece após ser alvo de sanções da guerra

Superiate de R$ 5,5 milhões do oligarca russo Dmitry Mazepin desapareceu na Itália meses após sanções da União Europeia - Reprodução/SuperYacht Times
Superiate de R$ 5,5 milhões do oligarca russo Dmitry Mazepin desapareceu na Itália meses após sanções da União Europeia Imagem: Reprodução/SuperYacht Times

Do UOL, em São Paulo

11/12/2022 08h36Atualizada em 11/12/2022 08h48

Um iate de luxo, avaliado em R$ 5,5 milhões, desapareceu de um porto na ilha italiana da Sardenha, informaram autoridades locais nesta semana. A embarcação pertencia ao bilionário russo Dmitry Mazepin, alvo de sanções da União Europeia desde março por suas ligações com o presidente Vladimir Putin.

Dmitry é dono de uma empresa de fertilizantes minerais e pai do ex-piloto de Fórmula 1 Nikita Mazepin. As informações foram divulgadas pelo jornal britânico The Guardian.

O iate Aldabra estava atracado e apreendido no porto de Olbia desde março, quando Mazepin foi incluído na lista de oligarcas sancionados por apoiar Putin na invasão à Ucrânia.

Segundo o The Guardian, a embarcação desapareceu em junho, horas antes da polícia confirmar que o iate pertencia a Mazepin.

"Mazepin sabia que estava na lista, mas conseguiu aproveitar ao máximo o período em que trabalhamos para estabelecer que o barco pertencia a ele, pois tínhamos que investigar os verdadeiros proprietários", disse uma fonte da polícia financeira da Sardenha.

"Estávamos no processo de confirmar [a propriedade] quando ela foi retirada."

Segundo a investigação da polícia, Mazepin contratou uma empresa estrangeira, que, por sua vez, contratou um capitão da Sardenha para levar o iate para longe da Itália.

Durante a fuga, o iate fez uma escala no pequeno porto de Biserta, na Tunísia, mas seu paradeiro atual é desconhecido.

A empresa que retirou o barco e contratou o capitão alega que não sabia que o iate pertence a Mazepin. Os envolvidos podem enfrentar uma multa de 500 mil euros.

É o primeiro caso na Itália de um russo com bens congelados que conseguiu se esquivar das sanções da União Europeia.

"Este iate nunca havia saído da Sardenha antes", disse um policial ao The Guardian. "Então você pode ver uma atitude que evidentemente visava subtraí-lo das regras."

Bloqueio de bens. Em abril, a Guarda de Finanças da Itália anunciou o congelamento de um complexo imobiliário de uso residencial em Portisco, na região da Sardenha, que pertence ao oligarca russo Dmitry Arkadievich Mazepin e seu filho, o ex-piloto de Fórmula 1 Nikita Mazepin. O valor estimado do local é de 105 milhões de euros (cerca de R$ 540 milhões na cotação da época).

Em comunicado, as autoridades dizem que Dmitry Mazepin é dono da empresa química Uralchem enquanto Nikita "é uma pessoa associada a um empresário (seu pai) envolvido em setores econômicos que fornecem uma substancial fonte de receitas para o governo da Federação Russa, que é responsável pela anexação da Crimeia e pela desestabilização da Ucrânia".

A Uralchem tem como subsidiária a Uralkali, empresa de fertilizantes que foi a principal patrocinadora do piloto e da equipe que ele defendia na Fórmula 1, a Haas. Os contratos do piloto e do patrocínio foram encerrados em 5 de março, na esteira das reações à invasão da Ucrânia pelo exército russo.