'Soa familiar', diz Biden após Lula citar fake news e governo Bolsonaro
O presidente dos EUA, Joe Biden, reagiu a uma fala de Lula (PT) sobre o governo de Jair Bolsonaro (PL) ser um disseminador de informações falsas.
"Soa familiar", disse o norte-americano, em referência ao ex-presidente americano Donald Trump.
Lula disse que Bolsonaro desprezava relações internacionais e disseminava fake news durante todo o dia.
O senhor sabe que o Brasil ficou quatro anos se automarginalizando. Um presidente que não gostava de manter relações com nenhum país. O mundo dele terminava e começava com as fake news. De manhã, de tarde e de noite. Me parece que ele menosprezava as relações internacionais."
Lula a Biden
Trump antecedeu Biden no comando dos Estados Unidos e também teve seu governo marcado pela divulgação de notícias falsas, tal como Bolsonaro. O brasileiro, inclusive, era um aliado do ex-presidente dos Estados Unidos.
Principais pontos da fala de Lula:
- Disse que nunca mais quer que aconteça outro episódio como as invasões ao Capitólio, nos EUA, e os atos golpistas do dia 8 de janeiro no Brasil;
- Pediu para trabalharem juntos no combate à desigualdade racial, com especial atenção à juventude periférica;
- Defendeu que a Amazônia não seja transformada em um "santuario da humanidade", mas, sim, em um centro de pesquisa compartilhado com todo o mundo;
- Cobrou nova governança mundial para a questão climática, por meio de fóruns de debate, como ONU, G20 e G8
Principais pontos da fala de Biden:
- Disse que EUA e Brasil são as duas maiores democracias do mundo e que estão juntos na defesa do Estado Democrático de Direito;
- Que os dois países são "parceiros naturais" no enfrentamento à mudança climática;
Encontro nos EUA
O presidente dos EUA, Joe Biden, recebe hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Casa Branca.
Os três conversaram brevemente e posaram para fotos. Depois, os dois presidentes posaram sozinhos para a imprensa antes de entrarem na sede do governo americano para uma reunião. No Salão Oval, Biden comentou que as democracias do Brasil e dos EUA "foram duramente testadas e prevaleceram".
Nossas duas nações são democracias fortes e foram duramente testadas e prevaleceram. Em ambos os casos a democracia prevaleceu."
Biden a Lula
Acompanha o petista na agenda com Biden a esposa de Lula, Janja. O presidente norte-americano se dirigiu à frente da Casa Branca pouco antes de Lula e Janja chegarem ao local. Biden —que não estava acompanhado da primeira-dama norte-americana, Jill— acenou e sorriu para os jornalistas no local.
Para a reunião, o presidente Lula escolheu usar um velho amuleto: uma "gravata da sorte", com as cores da bandeira do Brasil. Janja utilizou um vestido azul e um sobretudo.
Após o cumprimento, Biden caminhou com Lula por um corredor da Casa Branca. Questionados por jornalistas enquanto andavam, os dois presidentes não responderam às perguntas, mas o brasileiro acenou à imprensa presente na Casa Branca.
O encontro entre os dois marca um esforço dos países para virar a página da "era Bolsonaro". O Itamaraty havia divulgado que a reunião com Biden teria três temas principais: a defesa da democracia, dos direitos humanos e do meio ambiente.
A reunião com o presidente norte-americano é também uma tentativa de Lula conseguir mais recursos para a área ambiental, listando as atitudes já tomadas pelo governo nesse último mês de atuação, como a expulsão dos garimpeiros de terras indígenas.
Na comitiva de Lula nos EUA também estão os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Economia), Marina Silva (Meio Ambiente) e Anielle Franco (Igualdade Racial).
Também estão nos EUA o secretário-executivo do Ministério da Indústria, Márcio Elias Rosa; o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e o assessor-chefe da Presidência da República, Celso Amorim.
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