Mergulhadores e sedação: como resgate em caverna deixou o mundo 'sem ar'
Duangpetch Promthep, o capitão do time de futebol juvenil que ficou preso em uma caverna inundada da Tailândia, em 2018, morreu hoje. O rapaz de 17 anos morava atualmente na Inglaterra e foi encontrado desacordado em sua cama. O jovem foi um dos protagonistas do incidente que mobilizou mergulhadores internacionais e membros do Exército tailandês, em uma operação de resgate que por 18 dias deixou o mundo sem ar.
Passeio após treino
Um grupo de 12 meninos de 11 a 16 anos e o técnico Eak decidiram visitar a caverna após um treino. Alguns deles já tinham estado no local e a visita tinha previsão de durar apenas uma hora.
Uma votação decretou o destino. Em uma bifurcação do caminho, eles pararam para decidir se seguiriam o trajeto ou iriam embora. Todos votaram por continuar.
Ao retornarem o caminho estava alagado. Com a passagem de volta tomada por água, eles decidiram esperar até o dia seguinte na esperança de que o nível da água tivesse baixado, mas não foi o que aconteceu.
Os riscos
- Sabia-se que a caverna alagava entre os meses de julho e novembro.
- Uma placa na entrada da caverna avisava que o acesso ao local era proibido no período de alagamento.
- Como tudo aconteceu no dia 23 de junho, teoricamente antes do período de chuvas, os garotos decidiram entrar mesmo assim.
Descoberta e resgate com sedação
O guarda-florestal Phet Phrommueang, que trabalhava no parque onde fica a caverna, encontrou as bicicletas que os garotos tinham estacionado do lado de fora do local, além de seus celulares, sapatos e mochilas, e percebeu que havia pessoas lá dentro.
Foi o começo de um resgate com desdobramento internacional. Mergulhadores de países como Estados Unidos, China, Austrália e Inglaterra foram à Tailândia para contribuir no resgate. Dia após dia, reportavam-se os lentos avanços por câmaras do complexo de cavernas, ainda sem sucesso no resgate.
Devido às chuvas na região, o caminho seguia inundado — mesmo com bombas tirando a água da caverna por praticamente duas semanas. O governo tailandês cogitou manter o grupo dentro da caverna até a estação de chuvas passar — por cerca de quatro meses —, mas logo percebeu que a opção não era viável.
Em 2 de julho, os britânicos John Volanthen e Richard Stanton conseguiram chegar ao local onde os garotos sobreviviam amontoados, com muito pouca comida e água potável.
A solução foi sedar os garotos e tirá-los da caverna submersos. O trajeto longo e o nervosismo dos jovens poderia atrapalhar a operação e, mesmo com os riscos, a sedação foi a melhor solução encontrada.
No dia 6 de julho, um mergulhador de 38 anos morreu dentro de um túnel, já nos preparativos para a retirada dos garotos e do técnico, que começaram no dia 8.
Quatro meninos foram salvos no primeiro dia. No dia 9, mais quatro foram retirados e, no dia seguinte, as cinco vítimas restantes.
Todos os garotos e o técnico saíram da caverna em segurança, em uma jornada encerrada no dia 10 de julho.
Nós não temos certeza se isso foi um milagre, a ciência ou outra coisa.
Publicação da unidade SEAL da Marinha tailandesa, na época
Corrida audiovisual
Apesar de não se considerarem celebridades e terem continuado levando vidas normais após o incidente, a história dos garotos se tornou tema de livros, filmes, documentários e uma série.
O mais recente deles é o documentário "Os 13 Sobreviventes da Caverna", que estreou em outubro do ano passado na Netflix. Os outros títulos são "Milagre na Caverna" (2019), "The Rescue" (2021), "Treze Vidas" (2022) e "O Resgate Na Caverna Tailandesa" (2022).
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