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Família brasileira é acusada de traficar pessoas para trabalhar nos EUA

6.mar.2023 - Família brasileira dona de restaurantes nos EUA é acusada de tráfico humano - Reprodução/CBS
6.mar.2023 - Família brasileira dona de restaurantes nos EUA é acusada de tráfico humano Imagem: Reprodução/CBS

Colaboração para o UOL, em Salvador

06/04/2023 14h08Atualizada em 07/04/2023 10h34

Três brasileiros teriam utilizado trabalho forçado e contrabando humano para manter dois restaurantes no estado de Massachusetts.

O que aconteceu:

Os acusados são pai e filho: Jesse James Moraes, 65, e Hugo Giovanni Moraes, 43, que comandam os restaurantes The Dog House Bar & Grill e Taste of Brazil;

Chelbe Williams Moraes, 62, irmão e tio dos outros dois acusados, também foi indiciado;

Chelbe Moraes mora em Minas Gerais, e seria o responsável por buscar por possíveis vítimas do golpe no país;

Segundo as investigações, eles aliciavam pessoas com o interesse de irem aos EUA, cobrando entre R$ 91 mil e R$ 111 mil e com a promessa de que trabalhariam em seus restaurantes;

Os três homens supostamente entregavam aos migrantes documentos falsos para fundamentar pedidos de asilo ou autorização de trabalho;

Os restaurantes e residências relacionados aos acusados foram alvos de busca e apreensão pelas autoridades.

Esses réus conspiraram para tirar proveito do sonho americano. As vítimas são pessoas reais com famílias que assumiram um risco imensurável para vir para os Estados Unidos, apenas para enfrentar ameaças de violência e opressão Rachael S. Rollins, procurador dos EUA

Os três foram acusados por planejarem trabalho forçado. Jesse e Hugo Moraes também foram indiciados por trabalho forçado e tentativa de trabalho forçado. O pai ainda é alvo de acusação por tráfico de mão de obra, tentativa de tráfico de mão de obra e conspiração para lavagem de dinheiro.

Condições das vítimas:

Segundo as investigações, Jesse e Hugo Moraes providenciavam apartamentos sob a responsabilidade deles para que as vítimas pudessem ser monitoradas;

Os dois ainda teriam retido salários das vítimas para saldar dívidas do tráfico;

Os migrantes eram obrigados a trabalhar por longas horas com atividades manuais, submetidos a ameaças de agressões físicas e emocionais. Elas também eram ameaçadas de deportação.

Em outubro do ano passado, a família brasileira já havia sido acusada de aliciar migrantes para morarem nos EUA com propósito de "vantagem comercial ou ganho financeiro privado", disse a polícia.

Na ocasião, Chelbe Moraes foi indiciado por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O UOL tenta contato com os envolvidos. Caso haja resposta, o texto será atualizado.