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Vaticano vai formar bispos para lutar contra pedofilia na Igreja

Do UOL, em São Paulo

21/04/2023 22h21

O Vaticano assinou nesta sexta-feira (21) um acordo que prevê medidas de combate à pedofilia, segundo o site Vatican News. De acordo com o site, o documento trata da formação dos bispos e de apoio às vítimas dos crimes, entre outras ações.

O que aconteceu?

Um acordo de combate à pedofilia foi firmado entre a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores e o Ministério para a Evangelização, de acordo com o site Vatican News.

A comissão foi criada pelo Papa Francisco, em 2014, com o objetivo de acabar com a pedofilia dentro da Igreja. O Papa deseja que a comissão e o ministério trabalhem juntos durante ao menos três anos na formação dos bispos.

O jesuíta Hans Zollner, um dos membros mais influentes da comissão, renunciou recentemente ao cargo que ocupava, alegando que a entidade apresentava problemas de responsabilização e à transparência.

Acordo prevê capacitação de bispos

A comissão do Vaticano deverá implantar sessões de capacitação para os bispos recém-ordenados.

O órgão também vai "desenvolver programas com o objetivo de atender as vítimas", segundo o cardeal americano Sean O'Malley disse ao Vatican News.

Se contássemos no passado com a informação que temos agora sobre como proteger e compreender [essa problemática], a história da Igreja teria sido diferente. Estamos tentando contar também com a experiência de uma vítima para que os novos bispos possam ouvir em primeira mão o testemunho dramático e os efeitos que esse terrível crime tem sobre suas vidas".
Cardeal Sean O'Malley

Papa pediu atenção às vítimas

O Papa Francisco pediu à comissão para "sair e trabalhar com os bispos de todo o mundo para que se capacitem e consigam assim acompanhar e trabalhar com as vítimas".

O responsável pelo dicastério (ministério), o cardeal Luis Antonio Tagle, declarou ao Vatican News que se trata de um desafio para sua pasta, já que implica em conhecer tanto as leis e normas aprovadas pelo Vaticano como as dos países envolvidos.

O'Malley considerou que a criação da comissão, há oito anos, gerou "expectativas pouco realistas" sobre como acabar com o fenômeno do abuso sexual de menores na Igreja e no mundo.

Com AFP