'Ficamos dois dias só rezando', diz brasileiro que voltou de Israel
Os primeiros brasileiros resgatados pela Força Aérea Brasileira em meio à guerra em Israel relataram alívio de chegar ao país e momentos de pavor durante os bombardeios.
O que aconteceu?
O primeiro voo da FAB com repatriados pousou hoje, às 4h07, na Base Aérea de Brasília.
Até agora, só nesta aeronave, 211 pessoas foram resgatadas.
Estão previstos mais cinco voos da FAB com brasileiros vindos de Israel até domingo.
Boa parte dos repatriados faziam turismo religioso quando a guerra contra o Hamas começou.
Parte dos brasileiros embarcará em um novo voo com a FAB com destino ao Rio de Janeiro. Outra parte será levada pela empresa Azul às cidades de destino.
O que disseram os resgatados
Foi muito gratificante [retornar ao Brasil]. Sabíamos desde o início que estávamos seguros. Ficamos dois dias só rezando esperando a hora de chegar e vir pro Brasil de volta.
Josué Evangelista, brasileiro repatriado
Amanhecemos surpreendidos com as sirenes tocando e toda nossa caravana indo para os bunker. Foi uma situação muito delicada. Depois fomos para o aeroporto e lá tivemos uma segunda experiência delicada, quando soou novamente a sirene e no aeroporto uma proporção muito maior, muito mais pessoas. Foi bem desafiador. Nossos voos foram cancelados e ficamos a ver navios até a embaixada providenciar retorno. Quando as sirenes soam e você vê os antimísseis sendo disparados e você ouvir os mísseis inimigos sendo bombardeados em cima de você, você sente o tremer da terra, é muito desafiador.
Francisco Bueno Júnior, brasileiro repatriado
Nós assustamos duas vezes. A primeira foi ouvir a bomba explodir a poucos quilômetros de onde a gente estava. A sirene soou e nós não conseguimos rapidamente chegar no hotel de volta. A gente escutou o lançamento, aquele zumbido, e depois o estrondo. Assustou. E depois um pouco mais tarde estávamos no jardim do túmulo e olhamos para cima e com céu claro os mísseis sendo abatidos sobre as nossas cabeças. Tivemos que correr novamente. Na segunda, tivemos que descer ao bunker três vezes. Estávamos confinados no hotel.
Cristina Balbi, de SP
Os aviões pareciam trovão em cima de Jerusalém, na base aérea de Jerusalém também. A gente ficou toda hora correndo, sirene tocando, tinha que correr, mas não tinha para onde ir. Não tinha como sair do hotel, até que foi resolvido nosso problema para que pudéssemos regressar.
Narcísico Glates, brasileiro repatriado
Eu ouvia as sirenes e pra mim é assustador. Eu ouvi bombas também. Eu ouvi as explosões, sentia o barulho estranho na cidade.
Gabriela de Oliveira, repatriada
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