Sirene soa em entrevista de embaixador do Brasil na Palestina: 'bomba aqui'
Uma sirene de alerta de ataque aéreo soou durante entrevista ao vivo do embaixador do Brasil na Palestina Alessandro Candeas ao UOL News da manhã de hoje (16). O diplomata, que está em Jerusalém, manteve a calma e explicou que se tratava de uma cena à qual já se acostumou.
Não sei se vocês conseguem ouvir a sirene. Isso significa uma bomba ou algum míssil aqui perto. Mas vamos continuar conversando. Normalmente, tenho que ir [para um local protegido]. Meus colegas vão descer para o bunker, mas fico aqui porque moramos perto da cidade antiga e não imagino nenhum míssil chegando aqui. É apenas uma precaução da vizinhança. Alessandro Candeas, embaixador do Brasil na Palestina.
Após alguns segundos, a sirene parou de tocar, em sinal de que o perigo havia passado.
Não sei se conseguiram ouvir, mas houve um pequeno estrondo. Provavelmente foi a interceptação de um míssil pelo Iron Dome [Domo de Ferro, em inglês, uma espécie de escudo antimísseis]. Acabou a sirene, então acabou o perigo. Isso é para mostrar um pouco a emoção. É um trabalho emocionante. Alessandro Candeas, embaixador do Brasil na Palestina.
Em meio ao momento de tensão, Candeas explicou que, pelos números mais atualizados, a embaixada trabalha para a liberação de 26 pessoas da Faixa de Gaza. São 17 brasileiros, sete palestinos em processo de imigração para o Brasil e dois palestinos familiares, muito próximos aos brasileiros. No total, são 13 crianças e 13 adultos —destes, oito mulheres e cinco homens. Eles estão divididos em dois grupos: dez estão em uma casa em Rafah, perto da fronteira com o Egito e 16 na cidade de Khan Younis.
O governo brasileiro tem um esquema ponto para retirar as pessoas de Gaza minutos após a liberação de um corredor humanitário, que está sendo negociada. "Na próxima semana vamos ter um colapso absoluto em Gaza. É fundamental que os brasileiros saiam o mais rápido possível", afirmou.
Brasil comunicou Hamas sobre repatriação de brasileiros, diz embaixador
Alessandro Candeas disse que houve uma comunicação com o Hamas para tratar da repatriação de brasileiros que estão na Faixa de Gaza. O embaixador ressaltou que "não houve problemas" nesta negociação com o grupo terrorista.
Não há propriamente negociação [com o Hamas]. Não há o que negociar, apenas o que comunicar. Existe um canal com a autoridade de fato. Não é um canal político, e é fundamental deixar isso claro. Não implica qualquer negociação política ou reconhecimento. Tenho a obrigação de ter esse canal a para garantir a segurança dos brasileiros. Nunca houve qualquer dificuldade apresentada por esse grupo para os brasileiros, muito pelo contrário. Alessandro Candeas, embaixador do Brasil na Palestina.
Com a parte mais burocrática bem encaminhada, Candeas disse que a maior dificuldade neste momento é a abertura propriamente dita da fronteira na região sul. O embaixador detalhou a logística para a saída dos brasileiros e espera que ela ocorra logo, já que se espera o agravamento da situação na Faixa de Gaza em questão de dias.
O que se aguarda é simplesmente a abertura da fronteira. O problema é que há centenas ou milhares de pessoas que querem passar pela mesma fronteira [em Rafah}, que já foi bombardeada três vezes e fisicamente danificada. (..) Nossa esperança é que seja aberta amanhã. Já temos toda a logística pronta. Alessandro Candeas, embaixador do Brasil na Palestina.
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