PT rebate críticas da Embaixada de Israel: 'Não tem autoridade moral'
O diretório nacional do PT rebateu as críticas feitas pela Embaixada de Israel no Brasil ao posicionamento do partido sobre a guerra entre Israel e o Hamas. Em nota, a sigla reforçou que condena os ataques "inaceitáveis" cometidos pelos dois lados.
Por volta das 15h30 de hoje, enquanto a Embaixada de Israel divulgava sua nota contra o PT, pelo menos 500 civis eram assassinados no bombardeio a um grande hospital em Gaza. Quem representa no Brasil o governo que fez um ataque desta natureza não tem autoridade moral para falar em direitos humanos.
PT, em tréplica à Embaixada de Israel
O que disse o PT
Partido classificou críticas da Embaixada como "falsas e maliciosas". O PT reforçou que condenou os ataques, assassinatos e sequestros de civis "cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel". Também afirmou que as reações de Israel configuram "um genocídio contra a população de Gaza".
PT também citou cerco à Faixa de Gaza para criticar Israel. Os cortes de água potável, energia elétrica e fornecimento de alimentos e remédios em Gaza, além dos bombardeios contra a população civil, foram definidos pela legenda como "crimes de guerra" cometidos por Israel.
Dizer que o PT considera ataques do Hamas legítimos é "inaceitável", completou. O partido conclui a nota dizendo que a réplica da Embaixada de Israel é um "ataque injustificável" a um partido que abriga militantes palestinos, árabes e judeus e "defende a coexistência dos Estados de Israel e da Palestina".
Todos têm direito a defender seu povo, mas a busca por justiça não se confunde com vingança (...). A posição do PT é semelhante à da porta-voz da ONU para Direitos Humanos, Ravina Shamdasani: 'Não se pode ter uma punição coletiva como resposta aos ataques horríveis [do Hamas]'.
PT, em tréplica à Embaixada de Israel
Críticas da Embaixada
Embaixada de Israel no Brasil criticou uma resolução do PT sobre a guerra. "É muito lamentável que um partido que defende os direitos humanos compare a organização terrorista Hamas, que vai de casa em casa para assassinar famílias inteiras, com o que o governo israelense está fazendo para proteger os seus cidadãos", disse.
Qualquer pessoa que pense que o assassinato bárbaro, a violação e a decapitação de pessoas é uma posição política, ou que se trata apenas de uma luta política legítima, possui uma extrema falta de compreensão da atual situação. Deve ser feita uma forte separação entre a organização terrorista Hamas e os palestinos.
Embaixada de Israel, em réplica ao PT
Há resistência no governo e no PT em classificar o Hamas como terrorista. A justificativa é de que o Brasil segue o que é determinado pela ONU (Organização das Nações Unidas), que não considera o Hamas como um grupo terrorista. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chamou os ataques na Faixa de Gaza de terroristas, mas tem evitado citar nominalmente o Hamas.
(*Com Estadão Conteúdo)
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