Dia 11 da guerra: bombardeio atinge hospital e Gaza passa de 3 mil mortos

Centenas de pessoas morreram em um bombardeio ao hospital Al-Ahli Arab, na Faixa de Gaza, nesta terça-feira (17). Com o ataque, que Israel nega ter cometido, o número de palestinos mortos na guerra passa de 3.000. Em Israel, segundo o governo, são mais de 1.400 mortos e pelo menos 200 reféns.

O que aconteceu

Israel intensificou os bombardeios a Gaza nesta terça. O país afirma que atacou 200 locais durante a madrugada e que atingiu mais de 5.000 alvos militares do Hamas desde o início da guerra.

O exército israelense nega ter atingido o hospital. Israel acusa a Jihad Islâmica, grupo aliado do Hamas em Gaza, de ter errado o disparo de foguetes destinados a cair em território israelense.

O Al-Ahli Arab é o maior dos 22 hospitais de Gaza. Assim como outros no território palestino, o local continuava lotado porque não havia condições de cumprir a ordem de evacuação emitida por Israel na semana passada.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, desmarcou um encontro com Joe Biden devido ao ataque. Abbas, que não governa Gaza desde a ascensão do Hamas, teria uma reunião amanhã com o presidente dos EUA e líderes do Oriente Médio.

Uma escola em Gaza também foi atingida. Segundo a ONU, um ataque israelense matou ao menos seis pessoas e feriu outras dezenas em uma instituição mantida pelo órgão em um campo de refugiados na área central da Faixa de Gaza.

ONU adia votação de proposta do Brasil

A ONU adiou hoje, pela segunda vez, a votação da resolução do Conselho de Segurança sobre a guerra. Ontem o colegiado rejeitou a proposta da Rússia, que recomendava um "imediato cessar-fogo", mas não apreciou a proposta do Brasil, que preside o conselho.

Continua após a publicidade

O Brasil tenta a aprovação de um texto conciliatório. O país deve propor uma "pausa" na guerra para atendimento humanitário, e não um cessar-fogo, para evitar o veto de países como os EUA, que ressaltam o direito de Israel de se defender.

Risco de fome em Gaza

A ONU afirma que a comida em Gaza deve durar mais 4 ou 5 dias. A avaliação é do PMA (Programa Mundial de Alimentos), agência de combate à fome da ONU.

A fronteira de Gaza com o Egito continua fechada. Segundo o governo egípcio, a passagem segue bloqueada porque a cidade de Rafah, no extremo sul do território palestino, ainda é alvo de bombardeios de Israel.

Hospitais em Gaza têm servido de abrigo para a população deslocada. Desde a ordem israelense para evacuação do norte da Faixa de Gaza, mais de 1 milhão de plaestinos perderam suas casas, segundo a ONU.

Continua após a publicidade

Em Israel, cerca de 500 mil pessoas também estão deslocadas, segundo o exército. O país esvaziou cidades próximas a Gaza e outras no norte do país, perto da fronteira com o Líbano, devido ao conflito com o grupo Hezbollah, aliado do Hamas.

O conflito entre Israel e Hezbollah segue crescendo. Militares israelenses e membros do grupo radical islâmico têm trocado tiros diariamente na fronteira.

Imagem
Imagem: Arte/UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes