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Hezbollah critica EUA e anuncia 'dia de ira sem precedentes' contra Israel

O grupo extremista islâmico libanês Hezbollah anunciou que esta quarta-feira (18) será "um dia de ira sem precedentes" contra Israel. O anúncio ocorre após um ataque a hospital em Gaza que deixou 500 mortos. Autoridades palestinas apontam Israel como responsável. O país nega e culpa a Jihad Islâmica, que também não assume a autoria.

O que aconteceu:

O Hezbollah também cita a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à Israel, apontado como "patrocinador" do "massacre".

"O ataque revela a verdadeira face criminosa desta entidade e do seu patrocinador: os Estados Unidos, que têm a responsabilidade direta e total por este massacre", diz o comunicado.

Além do encontro com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, Biden também iria se reunir com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que cancelou o compromisso após o ataque ao hospital.

Biden chega a Israel amanhã (18). A viagem do presidente americano é parte do plano de apoio ao governo de Israel contra o Hamas. A visita foi confirmada ontem (16) por Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, que esteve com Netanyahu.

O que aconteceu

O ataque atingiu o Hospital Batista Al-Ahly Arab, localizado no centro da cidade de Gaza.

A maioria das vítimas é composta por mulheres e crianças, afirmou o Ministério da Saúde. O governo que administra a Faixa de Gaza atribuiu o ataque a Israel e chamou o ato de "crime de guerra", segundo nota obtida pela CNN.

Um médico que atua em Gaza afirmou que as pessoas foram ao hospital por considerarem o local como seguro frente os ataques da última semana à região, disse Ziad Shehadah à emissora Al Jazeera.

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As pessoas deixaram suas casas pensando que eram mais perigosas e se mudaram para nossas escolas e hospitais para ficarem seguras. E, em um minuto, todas elas foram mortas em um hospital. O número de mortos neste momento é de mais de 500, mas acreditamos que esse número chegará a mais de 1.000. É um massacre.
Médico que atua na Faixa de Gaza, em entrevista a Al Jazeera

O hospital tinha centenas de "pacientes, feridos e pessoas deslocadas à força de suas casas devido aos ataques de Israel", dizem as autoridades palestinas.

Um novo crime de guerra cometido pela ocupação no bombardeio do Hospital Al-Ahli Arabi no centro da Cidade de Gaza, resultando na chegada de dezenas de mártires e feridos ao Complexo Médico Al-Shifa devido ao bombardeio. Deve-se notar que o hospital abrigou centenas de pacientes, feridos e pessoas deslocadas de suas casas à força devido aos ataques aéreos.
Comunicado das autoridades palestinas de Gaza a respeito de ataque a hospital

Atacar deliberadamente hospitais é considerado um crime de guerra, segundo o Estatuto de Roma. "Conduzir intencionalmente ataques contra edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou fins de caridade, monumentos históricos, hospitais e locais onde os doentes e feridos são recolhidos, desde que não sejam objetivos militares", diz o Artigo 8 do Estatuto.

Israel acusa Jihad Islâmica, que também nega

Segundo Israel, houve um disparo em massa de foguetes da Jihad Islâmica em direção a Israel no momento do ataque ao hospital. Na rede social X, antigo Twitter, o porta-voz do Exército diz que as informações são da inteligência de Israel e de "diversas fontes do que dispomos".

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À Reuters, o porta-voz da Jihad Islâmica chamou a acusação de "mentira" e "invenção".

Isso é uma mentira e uma invenção, é completamente incorreto. Os ocupantes [o exército de Israel] estão tentando encobrir o crime horrível e o massacre que cometeram contra os civis.
Daoud Shehab, porta-voz da Jihad Islâmica, à Reuters

Guerra chega ao 11º dia com mais ataques a civis

Mais cedo nesta terça-feira, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos, UNRWA, informou que um ataque aéreo israelense matou pelo menos seis pessoas depois de atingir uma de suas escolas que funcionava como abrigo para pessoas deslocadas.

Ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza também deixaram cerca de 80 mortos hoje, disseram a autoridades palestinas. Bombardeios atingiram, inclusive, a região de Rafah. A cidade na fronteira com o Egito foi o local para onde muitas pessoas fugiram para escapar dos constantes ataques que Gaza tem sofrido.

Até o momento, o conflito já deixou mais de 4.200 mortos, sendo cerca de 3 mil do lado palestino e aproximadamente 1.800 mil no lado israelense, dos quais 947 civis foram identificados, segundo a polícia.

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O grupo extremista Hamas também diz ter entre 200 e 250 reféns e divulgou um vídeo exibindo uma delas, a franco-israelense Maya Sham, que pede para ser resgatada da Faixa de Gaza.

*Com informações da Reuters e AFP

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