Conteúdo publicado há 8 meses

Hamas diz ter libertado duas reféns americanas

O grupo extremista Hamas anunciou hoje ter libertado duas reféns americanas, uma mãe e sua filha, por "razões humanitárias", alegaram.

Israel confirmou a informação, segundo o Channel 13 News e a emissora pública Kan, de Israel. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o governo norte-americano garantiu a libertação.

O que aconteceu

O anúncio foi feito nas redes sociais do Hamas na tarde de hoje e critica declarações do presidente dos EUA Joe Biden, que se aliou a Israel no combate ao grupo.

Não foram divulgadas mais informações sobre onde as reféns teriam sido soltas.

Em resposta aos esforços do Qatar, as Brigadas Al-Qassam libertaram duas cidadãs americanas (uma mãe e sua filha) por razões humanitárias e para provar ao povo americano e ao mundo que as alegações feitas por Biden e sua administração fascista são falsas e sem fundamento.
Nota do Hamas

Um integrante do Hamas disse que o gesto foi para "provar para a comunidade internacional que o Hamas não é uma organização terrorista". A declaração foi feita em entrevista a emissora Al Jazeera. Ele repetiu a informação de que a negociação de soltura dos sequestrados pode avançar se os ataques a Gaza forem encerrados.

O grupo já havia afirmado anteriormente que libertaria os reféns estrangeiros conforme conseguisse confirmar sua identidade. Na última semana, imagens de uma refém israelense foram divulgadas para mostrar o suposto "bom tratamento" dos sequestrados.

Reféns libertadas são mãe e filha

As cidadãs norte-americanas libertadas pelo Hamas foram identificadas como Judith Raanan, 59, e Natalie Raanan, 18, mãe e filha. As duas estão a caminho de uma base militar em Israel ainda hoje (20), segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

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Não houve nenhuma negociação entre o Hamas e Israel para que as reféns fossem liberadas, segundo a mídia israelense.

Nas redes sociais, Saray Cohen, a irmã de Judith, agradeceu o apoio e disse que está feliz por estar rodeada de amigos e familiares. Elas haviam sido sequestradas no dia 7 de outubro.

O Hamas optou por liberá-las devido ao declínio da saúde da mãe. Um integrante do grupo extremista disse que o gesto foi para "provar para a comunidade internacional que o Hamas não é uma organização terrorista". A declaração foi feita em entrevista a emissora Al Jazeera. Ele repetiu a informação de que a negociação de soltura dos sequestrados pode avançar se os ataques a Gaza forem encerrados.

Judith e Natalia moram em Evanston, Illinois, nos arredores de Chicago, mas viajaram para Israel, com o intuito de comemorar o aniversário de 85 anos de um parente, segundo familiares que conversaram com o jornal local The Times of Israel. Elas têm dupla nacionalidade, de Israel e dos Estados Unidos.

Biden se pronuncia após libertação de reféns

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse, em comunicado divulgado hoje (20), que o governo norte-americano garantiu a libertação das duas norte-americanas. "As duas e as suas famílias terão o total apoio do governo dos Estados Unidos, para se recuperarem e se curarem. Todos devemos respeitar a sua privacidade neste momento", escreveu.

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Biden disse ainda que está muito feliz com a volta de mãe e filha para casa e citou que elas devem se reunir com os familiares em breve.

Ele afirmou também que vai continuar trabalhando para libertar os outros reféns norte-americanos. "Desde os primeiros momentos deste ataque, temos trabalhado 24 horas por dia para libertar os cidadãos americanos que foram feitos reféns pelo Hamas e não vamos cessar os nossos esforços para garantir a libertação daqueles que ainda estão detidos", declarou.

O democrata agradeceu o apoio do Catar e do governo de Israel pela parceria. Washington trabalhou junto com o governo do Catar para garantir a libertação das americanas.

Jill [primeira-dama dos EUA] e eu temos guardado em nossos corações todas as famílias de americanos desaparecidos. E, como disse a essas famílias quando falei com elas na semana passada, não vamos parar até levarmos os seus entes queridos para casa. Como presidente, não tenho maior prioridade do que a segurança dos americanos mantidos como reféns em todo o mundo.
Joe Biden, comunicado

Maioria dos reféns está viva, diz Israel

Aproximadamente 200 reféns se encontram atualmente detidos na Faixa de Gaza, segundo informações do Exército de Israel. Desses, mais de 20 são menores de idade e entre 10 a 20 têm mais de 60 anos.

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"A maioria deles está viva", afirmam os militares de Israel.

"Vários militares israelenses" estão entre os sequestrados, disse o ex-chefe do Hamas Khaled Meshaal, em entrevista à TV Al Arabiya. Entre eles, há membros do alto escalão da Divisão de Gaza, segundo o extremista.

Biden diz que enviará suporte financeiro a Israel

Ontem à noite, Joe Biden fez um pronunciamento comparando o Hamas à Rússia em relação ao "aniquilamento" de democracias.

Biden anunciou que vai enviar ao Congresso um pedido de ajuda "urgente" para Israel e Ucrânia. Ele não falou em valores, mas a expectativa é de que o pedido para aprovação de gastos seja de US$ 14 bilhões para Israel e de US$ 60 bilhões para a Ucrânia, segundo a Reuters.

O pedido foi classificado por ele como "um compromisso sem precedentes com a segurança de Israel que irá aprimorar a vantagem militar qualitativa de Israel, com a qual nos comprometemos". "É um investimento inteligente, que vai pagar dividendos para a segurança americana durante gerações".

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Espera por ajuda humanitária

No 14º dia de guerra, caminhões com alimentos, produtos de higiene e medicamentos se acumulam na passagem de Rafah, entre Egito e Faixa de Gaza, aguardando autorização para abastecer o território, ainda mais isolado por Israel após o ataque de 7 de outubro.

A previsão inicial do governo norte-americano era de que a abertura humanitária ocorresse hoje. A Organização das Nações Unidas, por sua vez, projeta que a mudança ocorra no sábado (21) ou no domingo (22).

A liberação da passagem de Rafah, porém, só ocorrerá para o abastecimento da região e não vale para os moradores da Palestina, que tentam deixar o país pela fronteira com o Egito.

Entre as pessoas que aguardam a liberação da fronteira está um grupo de cidadãos brasileiros. Um avião da Força Aérea Brasileira aguarda no Egito a autorização para retirada do grupo, que deve ser repatriado.

*Com informações da Reuters

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