Mais de 30 jornalistas foram mortos na guerra em Gaza; 26 eram palestinos

Um balanço realizado pelo Comitê de Proteção dos Jornalistas, divulgado nesta segunda-feira (30), revela que até o momento 31 profissionais de imprensa foram mortos no conflito entre Hamas x Israel.

O que aconteceu

Entre os jornalistas que perderam a vida estão: 26 palestinos, 4 israelenses e 1 libanês. O balanço do CPJ também mostra que 8 ficaram feridos e 9 foram dados como desaparecidos ou detidos.

O Comitê destaca o grande perigo da cobertura na Faixa de Gaza, bombardeada por Israel desde que o país foi alvo de ataques do Hamas. A maioria das mortes de jornalistas ocorreu após ofensivas israelenses, segundo as informações reunidas pelo Comitê.

O CPJ está investigando todos os relatos de jornalistas mortos, feridos, detidos ou desaparecidos na guerra, incluindo aqueles feridos quando as hostilidades se espalharam pelo vizinho Líbano.

"Jornalistas são civis que fazem um trabalho importante em tempos de crise e não devem ser alvos das partes em guerra", disse Sherif Mansour, coordenador do programa do CPJ para o Oriente Médio e Norte da África, em um comunicado da organização.

Os jornalistas em Gaza enfrentam um risco exponencial, mas os colegas na Cisjordânia e em Israel também enfrentam ameaças, ataques e intimidação sem precedentes para obstruir o trabalho vital de cobertura deste conflito
Sherif Mansour, coordenador do CPJ

Também está sendo investigando relatos de que dezenas de escritórios de comunicação social em Gaza foram danificados, deixando muitos jornalistas sem um lugar seguro para fazer o seu trabalho, uma vez que enfrentam grandes cortes de energia e de Internet, escassez de alimentos e água, e por vezes têm de fugir com as suas famílias.

Casos incluem jornalista libanês da Reuters morto na fronteira do país com Israel. Issam Abdallah era fotojornalista e tinha experiência em conflitos, tendo participado de coberturas na Ucrânia recentemente.

A família de um jornalista da TV Al Jazeera foi morta após ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza na semana passada. O correspondente Wael Dahdouh perdeu a esposa, dois filhos, de 15 e sete anos, e um neto.

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Uma liderança palestina entre mulheres jornalistas também foi alvo de um ataque em Gaza. Salam Mema foi resgatada dos escombros três dias após sua morte, segundo o Comitê de Mulheres Jornalistas do Coletivo de Mídia Palestina.

Uma jornalista israelense foi sequestrada e morta pelo Hamas. Shai Regev ficou desaparecida por seis dias até sua morte ser confirmada pela família à imprensa local, afirma o Comitê.

Ataque do Hamas em kibutz vitimou fotógrafo, esposa e duas filhas. Yaniv Zohar trabalhava para o Israel Hayom, e foi morto no início do conflito, quando o grupo extremista invadiu assentamentos e comunidades israelenses.

As Forças de Defesa de Israel (IDF na sigla em inglês) disseram às agências de notícias Reuters e AFP (Agence France Press) que não poderiam garantir a segurança de seus jornalistas que operam na Faixa de Gaza, depois de terem buscado garantias de que seus jornalistas não seriam alvo de ataques israelenses, informou a Reuters em 27 de outubro.

"As IDF têm como alvo todas as atividades militares do Hamas em Gaza", dizia a resposta israelense, acrescentando que o Hamas colocou deliberadamente operações militares "nas proximidades de jornalistas e civis? não podemos garantir a segurança dos seus funcionários."

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