Por que a Marinha assumiu comando de força contra piratas no Mar Vermelho

A Marinha do Brasil assumiu em janeiro deste ano o comando de uma força-tarefa multinacional contra a pirataria na região do Mar Vermelho — apesar de não mandar equipamentos para o local.

Além dos casos já conhecidos de pirataria, a tensão na região tem crescido desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, com ataques recentes feitos pelos Houthis, organização militar e política xiita que controla parte do Iêmen.

Por que Brasil está envolvido em força-tarefa?

A Marinha do Brasil assumiu o comando da Combined Task Force 151, também chamada de CTF 151. A CTF 151 é uma força-tarefa multinacional que realiza operações para "dissuadir, interromper e reprimir a pirataria na região do Chifre da África", segundo a Agência Marinha de Notícias.

O contra-almirante brasileiro Antonio Braz de Souza é quem recebeu o comando rotativo da força. Antes, era um filipino à frente da operação, que tem sucessivas trocas de comando.

Braz de Souza comanda dois navios e 23 militares, de dez outras nações, na base norte-americana localizada no Bahrein - com reporte ao chefe da CMF, um almirante dos Estados Unidos, segundo a Folha de S.Paulo.

A força-tarefa é um dos cinco braços da CMF (Combined Maritime Forces ou Forças Marítimas Combinadas, em português), uma parceria marítima multinacional formada pela coalizão de 41 países e organizada para "promover o combate à pirataria, bem como a segurança e estabilidade em aproximadamente 3,2 milhões de milhas quadradas de águas internacionais, que abrangem algumas das rotas marítimas mais importantes do mundo, destacando-se o Mar da Arábia, Golfo de Omã, Golfo de Áden e o Mar Vermelho", ainda segundo a agência.

A CMF é comandada por um Vice-Almirante da Marinha dos EUA. Os países integrantes do grupo são: Austrália, Bahrein, Bélgica, Brasil, Canadá, Colômbia, Dinamarca, Djibuti, Equador, Egito, França, Alemanha, Grécia, Índia, Iraque, Itália, Japão, Jordânia, Quênia, República da Coreia, Kuwait, Malásia, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Omã, Paquistão, Filipinas, Portugal, Qatar, Arábia Saudita, Seicheles, Singapura, Espanha, Sri Lanka, Tailândia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Estados Unidos e Iémen.

Combate à pirataria. Segundo a Agência Marinha de Notícias, o objetivo dessa nova missão é coordenar forças navais multinacionais em operações de combate à pirataria em uma das principais rotas marítimas mundiais, que inclui o Golfo de Áden, a Bacia da Somália e o Mar da Arábia.

Ao aceitar o convite para liderar esta força mais uma vez, a Marinha do Brasil, primeiro país sul-americano a desempenhar papel de destaque nesta coalizão marítima multinacional, reafirma sua dedicação à comunidade marítima e, particularmente, às Combined Maritime Forces. Esse compromisso visa intensificar a segurança e estabilidade global, contribuindo para o bem-estar coletivo.
Contra-Almirante Antonio Braz de Souza durante a cerimônia no Bahrein

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Marinha do Brasil assume comando da CTF 151 em cerimônia no Bahrein
Marinha do Brasil assume comando da CTF 151 em cerimônia no Bahrein Imagem: Reprodução / Agência Marinha de Notícias / Combined Maritime Forces

A força-tarefa CTF 151 foi criada em Janeiro de 2009, de acordo com o site da CMF.

O mandato de cada país pode variar de três a seis meses. De modo geral, a participação na CMF é feita de forma voluntária e cada país da coalizão decide de que forma pode contribuir com as operações —seja por meio de navios, aeronaves ou pessoal qualificado.

Essa é a 4ª vez que o Brasil assume o comando da missão - mas a de maior tensão. Além do Brasil, os países que já lideraram a CTF 151 incluem Bahrein, Dinamarca, Japão, Jordânia, Kuwait, Paquistão, Filipinas, Nova Zelândia, República da Coreia, Singapura, Tailândia, Turquia, Reino Unido e EUA.

Além da CTF 151, que visa combater a pirataria, as outras forças-tarefas do grupo são: CTF 150, que trabalha pela segurança marítima no entorno do Golfo Pérsico; CTF 152, que trabalha pela segurança marítima no Golfo Pérsico; CTF 153, que trabalha pela segurança marítima do Mar Vermelho; e CTF 154, que promove treinamento em segurança marítima.

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