Pioneira e procurada: 'Dama de Ferro' entra em lista de inimigos de Putin
A Rússia lançou ontem (13) um mandado de busca contra a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas. Segundo o site do Ministério do Interior russo, ela está sendo perseguida por um "processo criminal". Não foi especificado de que crime ou delito é acusada.
Kallas passou a ser vista como uma espécie de "Dama de Ferro" da Europa de hoje —em referência à ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher — por suas posições políticas.
Quem é Kaja Kallas?
Kallas nasceu em 1977, em uma Estônia ainda ocupada pelos soviéticos. Ela relembrou o período à revista britânica New Statesman: "Estávamos vivendo numa prisão, sem liberdade, sem escolhas, sem nada. E em 1991, quando eu era adolescente, recuperamos nossa independência e liberdade."
Família afetada pela União Soviética. Ainda de acordo com a publicação, em 1949, sua mãe, Kristi, então com seis meses de idade, sua avó e bisavó foram enviadas para a Sibéria em um vagão de gado durante as deportações soviéticas da Estônia.
Gerações de influência na Estônia. O pai de Kallas, Siim Kallas, supervisionou a transição do país para o capitalismo na década de 1990, como presidente do Banco da Estônia. Ele também foi primeiro-ministro entre 2002 e 2003. Já seu avô, Eduard Alver, foi um dos fundadores da República da Estônia, em 1918, e o primeiro chefe da polícia do país.
Kallas estudou direito, economia e trabalhou como advogada antes de ser eleita para o Parlamento Europeu pelo Partido Liberal da Reforma da Estônia em 2014. Enquanto esteve no cargo, ela trabalhou nas políticas de energia e consumo, na estratégia do Mercado Único Digital e nas relações com a Ucrânia.
De acordo com a Time, Kallas se tornou líder do partido em 2018, quando decidiu voltar a atuar na política nacional. Então, em 2021, tornou-se a primeira mulher primeira-ministra da Estônia.
Kallas é a primeira chefe de governo a ser procurada por Moscou. Ela tem sido uma das mais fortes apoiadoras da Ucrânia, liderando esforços para aumentar a assistência militar a Kiev e reforçar as sanções contra a Rússia. Ao lado de outras autoridades da Estônia, ela iniciou a destruição de monumentos soviéticos no país desde o início da invasão da Ucrânia.
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