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Lafer: Lula criou crise com Israel e cabe a ele desatar esse nó

Cabe ao próprio Lula resolver a crise diplomática que criou com Israel pela comparação das mortes na Faixa de Gaza ao Holocausto, disse o ex-chanceler Celso Lafer em entrevista ao UOL News nesta terça (20).

Como foi o Lula quem criou esse incidente diplomático e gerou esta crise, cabe a ele e ao governo procurar dirimi-la e desatar esse nó. Esta é uma responsabilidade do presidente e dos seus assessores.

Eu não me lembro de o Lula ter pedido qualquer tipo de desculpa no correr da sua longa trajetória. Se ele não pediu desculpas em relação muitos problemas da política interna e internacional, não fará isso agora. Celso Lafer, ex-chanceler

Lafer ressaltou, porém, que é possível resolver essa questão sem um pedido de desculpas de Lula. A oportunidade pode surgir após o Senado convidar o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira para debater a crise com Israel.

É possível. Faz parte da responsabilidade do ministro prestar contas ao Legislativo e à opinião pública sobre os rumos da política externa. Caberá ao chanceler, na sua ida ao Congresso, procurar encontrar meios e modos de diminuir esta crise. Celso Lafer, ex-chanceler

Para Lafer, a declaração de Lula afeta a confiança internacional no Brasil como possível mediador de conflitos. O ex-chanceler ainda avalia que, ao chamar de volta ao país o embaixador em Israel, o presidente amplia o conflito com o governo israelense.

É um prejuízo para a credibilidade internacional do Brasil e para sua possibilidade de atuar agregando posições com equilíbrio. Essa manifestação do Lula não contribui para isso e ele contribui para uma erosão do soft power do Brasil. Não atende ao plano externo nem interno.

O governo brasileiro chamou o embaixador para consultas. Isso estava dentro da regra do jogo, mas não dentro do espírito de procurar criar melhores condições para resolver esse problema. Não chamarei de equívoco, mas é uma escolha que intensifica o conflito. Celso Lafer, ex-chanceler

Josias: Lula escolhe pior caminho ao dobrar aposta em crise com Israel

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Lula acirra a crise diplomática com Israel ao convocar o embaixador brasileiro em Tel Aviv de volta ao país, avaliou Josias de Souza. Para o colunista, o presidente colhe consequências negativas tanto internas como externas por sua declaração, já que reaviva o bolsonarismo e não encontra tanto respaldo internacional.

Lula tinha duas alternativas: ou reconhecia seu equívoco ou dobrava a aposta. Ele resolveu dobrar a aposta. As evidências mostram que este foi o pior caminho para ele, para o Brasil e para a diplomacia brasileira. Ele poderia ter respondido ao gesto do governo israelense com a convocação do embaixador de Israel no Brasil para se explicar ao Itamaraty. Ficaria na mesma proporção. Lula adotou um caminho sem volta e isso lhe tem causado grandes prejuízos. Josias de Souza, colunista do UOL

Sâmia: Pedido de impeachment após fala de Lula sobre Israel é patético

Pedir o impeachment de Lula com base na fala de Lula sobre Israel é "patético", afirmou a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). A parlamentar avaliou a declaração do presidente como "contundente e corajosa" e a vê com "efeito positivo".

Acho o movimento de pedido de impeachment um pouco patético. Acho natural que aconteça, principalmente porque ele foi impulsionado pelos bolsonaristas e parlamentares do PL, que estão em um momento de crise muito profunda. Eles se utilizam desse contexto para tentar disputar a narrativa e virar o jogo político. Mas não tem reverberação no Congresso. Por ora, é uma organização daqueles de quem já se espera esse tipo de postura. Sâmia Bomfim, deputada federal (PSOL-SP)

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