Conteúdo publicado há 9 meses

PGR: suposto espião russo deve ficar no Brasil até investigações acabarem

A PGR (Procuradoria-Geral da República) se posicionou contra a extradição do russo Sergey Cherkasov, preso após usar documentos falsos e suspeito de ser um espião para o governo de Vladimir Putin.

O que aconteceu

A PGR considerou que a extradição só poderá ocorrer após a conclusão das investigações no Brasil. A posição do subprocurador-Geral da República Artur de Brito Gueiros Souza segue uma decisão do ministro Edson Fachin, de março de 2023.

A defesa do russo declarou a "entrega voluntária" de Sergey Cherkasov à Rússia. Ou seja, o próprio Cherkasov se voluntariou para ser enviado de volta ao país de origem. No entanto, seu retorno depende do andamento das investigações.

Permanência no Brasil é importante para "evitar a fuga do extraditando", diz PGR. O fato de a investigação apurar possível espionagem também é determinante, argumentou o subprocurador.

Esse viés se revela de sobremaneira relevante ao se considerar indícios de espionagem por parte do estrangeiro, consoante se extrai das informações prestadas pela Justiça Federal nestes autos. Logo, a manutenção cautelar é medida que ainda se mostra instrumental no presente caso.

Atualmente, Cherkasov cumpre pena na Penitenciária Federal de Brasília. Ele também é investigado pela Polícia Federal por possíveis atos de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção.

Relembre o caso

Sergey Cherkasov foi pego com documento falso. Ele foi detido ao tentar se infiltrar no Tribunal de Haia, na Holanda, se passando por um estudante brasileiro.

Ele nega ser um espião da Rússia e usava documentos falsos com o nome de Victor Muller Ferreira. Após ser descoberto por autoridades holandesas, ele foi deportado ao Brasil, mas a Rússia pede que ele retorne porque ele seria acusado de tráfico de drogas.

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O russo está em prisão preventiva sob a acusação de uso de documento falso desde abril de 2022. Ele também é investigado por atos de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção.

O STF decidiu, no fim de março, que Cherkasov só poderá voltar à Rússia após o fim das investigações criminais contra ele. A presidente do STJ rejeitou o argumento da defesa de que o tempo de prisão — 15 meses — seria excessivo, já que, segundo ela, não há prazos atrasados no processo.

O governo dos Estados Unidos pediu em abril de 2023 a extradição do russo. Segundo noticiou a BBC News Brasil na ocasião, a informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores, mas Cherkasov segue preso no Brasil.

Os EUA o acusam de fazer parte de um grupo considerado a elite da espionagem russa. Os norte-americanos afirmam que Cherkasov usava a identidade brasileira para se infiltrar em instituições e obter informações estratégicas do governo norte-americano.

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