Suicídio, atentado? Sumiço de voo na Malásia faz 10 anos envolto em teorias

O desaparecimento do voo MH370, da Malaysia Airlines, completa dez anos hoje. O caso segue sendo um dos maiores mistérios da aviação mundial desde 2014.

Relembre:

O que aconteceu?

O avião saiu do Aeroporto de Kuala Lumpur (Malásia) com destino a Pequim (China) em 8 de março de 2014. Enquanto passava do controle de tráfego aéreo da Malásia para o do Vietnã, a aeronave perdeu o contato com o solo.

A bordo estavam 12 tripulantes e 227 passageiros. O voo era operado por um Boeing 777 de matrícula 9M-MRO.

O último contato com os controladores de voo foi feito cerca de 40 minutos após a decolagem. O avião fez uma curva ao sul e ainda voou por sete horas antes de desaparecer.

Destroços encontrados. Em mais de dois anos de buscas, apenas alguns destroços que pareciam ser da aeronave foram encontrados no Oceano Índico, mas nenhum vestígio dos 239 passageiros —a maioria deles chineses.

A busca marítima — a maior da história — foi interrompida quase três anos após a tragédia, em janeiro de 2017. Em 2018, uma empresa privada norte-americana retomou as buscas para encontrar o MH370 em uma nova região, mas sem sucesso.

Algumas famílias das vítimas acusaram a companhia aérea e o governo malaio de ocultar informações sobre a tragédia, mas a empresa e o governo da Malásia negaram.

O que diz o relatório do acidente?

O relatório final do desaparecimento do MH370 foi publicado em julho de 2018. Um time internacional formado por malaios e representantes de sete países investigou o ocorrido.

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Trajetória alterada durante o voo. Entre o que foi revelado, consta que sinais de satélite apontaram que o MH370 mudou a trajetória estipulada no plano de voo e rumou ao sul, em direção ao oeste da Austrália. Além disso, não foi detectado nenhum problema envolvendo os pilotos que tivesse motivado a derrubada intencional do avião.

O time de investigadores concluiu, então, que não era possível determinar a real causa da queda do voo MH370. Também não foi possível determinar se o avião se partiu no ar ou ao se chocar com o oceano.

Teorias da conspiração?

Com o passar dos anos surgiram várias teorias para tentar explicar o desaparecimento do avião. Elas são consideradas "quase inconcebíveis" pelos investigadores australianos que coordenaram as primeiras buscas.

Morte ou atentado. Entre as teorias estão o suicídio do piloto e até o possível envolvimento de nações como os EUA e a Rússia.

Possível envolvimento dos EUA. Um dos primeiros livros publicados sobre o acidente apontava que o MH370 foi derrubado no Mar do Sul da China. No momento do desaparecimento, um exercício militar envolvendo os Estados Unidos estava em curso naquela região.

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Outra teoria da conspiração afirmava que o avião pousou em Diego Garcia, ilha britânica na região onde os EUA mantêm uma base. Todos teriam sobrevivido e estariam escondidos naquele local. Diante da repercussão dessa teoria, o próprio governo norte-americano se manifestou negando a hipótese.

Possível envolvimento da Rússia. A Rússia estava em guerra com a Ucrânia para anexar a região da Crimeia naquela época. Supostamente, o sequestro do MH370 seria uma forma do país mostrar sua força.

Suicídio do piloto. Semanas antes do ocorrido, o piloto do voo da Malaysia Airlines MH370 realizou uma simulação de um percurso similar ao percorrido pela aeronave no dia do desaparecimento. Isso levantou suspeitas de que ele teria cometido suicídio.

Indenização das famílias

Um tribunal de Pequim iniciou um processo para determinar uma indenização às famílias das vítimas chinesas. Segundo o canal estatal CCTV, mais de 40 famílias de desaparecidos apresentaram denúncias contra a Malaysia Airlines, a fabricante do avião Boeing, a fabricante dos motores Rolls-Royce e contra a seguradora Allianz. As denúncias exigem indenizações e a busca de explicações para o caso, afirmou Zhang Qihuai, advogado citado pelo canal.

Cada família pede entre 10 e 80 milhões de yuanes (R$ 7 a 56 milhões), além de uma indenização por danos morais de entre 30 e 40 milhões de yuanes (R$ 21 a 28 milhões), informou a emissora estatal.

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As famílias de mais de 110 passageiros alcançaram acordos com a defesa. Elas receberam entre 2,5 e 3 milhões de yuanes (R$ 1,7 milhão a 2,1 milhões), segundo a CCTV.

*Com AFP e reportagem de Alexandre Saconi, publicada em 12/03/2023

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