Brasil tem IDH pior que de países em guerra e longe do 1º na América Latina

O relatório mais recente da ONU sobre o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) coloca o Brasil no 89º lugar do ranking, com 0,760. No topo aparece a Suíça, que registrou 0,967, e em último lugar está a Somália, com 0,380. Em meio a crises e até mesmo guerras civis, alguns países chamam a atenção por aparecerem na frente do Brasil na lista.

Armênia e Azerbaijão

Índices atuais. Enquanto a Armênia ocupa o 76º lugar da lista, com o IDH de 0,786, o Azerbaijão tem o mesmo índice do Brasil.

Armênia e Azerbaijão lutam pelo controle de Nagorno-Karabakh. O exército do Azerbaijão tomou a região separatista no final de setembro do ano passado e, desde então, a Armênia afirma que já recebeu mais de 50 mil pessoas que deixaram a região.

Para os habitantes que deixaram Nagorno-Karabakh, esta região faz parte da Grande Armênia, um teórico conjunto de áreas historicamente povoadas pelo grupo étnico armênio cristão ortodoxo. Já o Azerbaijão é um território de maioria muçulmana. Rússia

A Rússia aparece na 56º posição, com IDH de 0,821. O país invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. Sem um fim à vista para o conflito, os russos ocupam áreas significativas no leste e no sul do país vizinho.

A guerra provocou uma grande mobilização internacional como poucas vezes se viu na última década. Mas, apesar dos esforços diplomáticos para resolver a situação, o conflito continua a ser uma fonte de instabilidade na região.

Israel

Apesar de historicamente ter índices de IDH elevados, Israel é mais um país da lista que está em guerra. Atualmente no 25º lugar, com 0,915, os israelenses estão em guerra contra o Hamas desde outubro do ano passado, e amargam uma das piores contrações de sua economia.

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Além do impacto direto na economia, guerras podem influenciar nos índices dos países de diversas maneiras, com a destruição de infraestruturas essenciais, causando danos à saúde, impactos na educação e também o deslocamento populacional. Por isso, é comum observar uma queda no IDH de países afetados por conflitos prolongados. Ainda assim, o país segue aparecendo na frente do Brasil na lista —principalmente porque os dados usados são de 2022, antes do início do conflito.

Situação do Brasil em relação à América Latina e Caribe

O Chile é o país da América Latina e do Caribe com o IDH mais alto. A média do indicador na América Latina é de 0,763, ligeiramente acima do índice brasileiro. Entre os 33 países da região, o Brasil fica atrás de:

  • Chile (44º, com 0,86);
  • Argentina (48º, com 0,849);
  • São Cristóvão e Névis (51º, com 0,838);
  • Uruguai (52º, com 0,83);
  • Antígua e Barbuda (54º, com 0,826);
  • Bahamas (57º, com 0,82);
  • Panamá (57º, com 0,82);
  • Trindade e Tobago (60º, com 0,814);
  • Barbados (62º, com 0,809);
  • Costa Rica (64º, com 0,806);
  • Granada (73º, com 0,793);
  • México (77º, com 0,781);
  • São Vicente e Granadinas (81º, com 0,772);
  • República Dominicana (82º, com 0,766);
  • Equador (83º, com 0,765);
  • Cuba (85º, com 0,764);
  • Peru (87º, com 0,762).

Entre 2020 e 2021, a região da América Latina e do Caribe havia tido a maior queda nos índices, na comparação com outras regiões. Agora, a recuperação em relação ao ano de 2022, segundo o novo relatório, foi mais baixa do que o esperado caso fosse mantida a tendência de crescimento de 2019.

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