Diplomatas mexicanos deixam o Equador após invasão à embaixada
A equipe diplomática do México deixou Quito hoje, após o rompimento das relações com o Equador em razão da invasão policial à sua embaixada para capturar o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, refugiado no local.
O que aconteceu
A Ministra das Relações Exteriores disse que pessoal diplomático volta para casa com a "cabeça erguida". Alicia Bárcena agradeceu o apoio dado por embaixadores da Alemanha, Panamá, Cuba e Honduras.
Agradecida por el acompañamiento de embajador@s de ,,, y el pres. de la Cámara Ecuador-México.
-- Alicia Bárcena (@aliciabarcena) April 7, 2024
Nuestro personal diplomático deja todo en y regresa a casa con la frente y el nombre deen alto tras asalto a nuestra Embajada.
Gracias amigos y aliados x su solidaridad. pic.twitter.com/893UgDuXzt
A polícia do Equador invadiu a embaixada do México em Quito na sexta-feira (5) e prendeu Glas, que estava no local desde dezembro. O México havia concedido asilo político ao ex-vice-presidente horas antes da invasão. O Equador classificou de 'ilegal' o asilo concedido a Glas, que foi condenado a seis anos de prisão por corrupção.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, ordenou a suspensão das relações diplomáticas com o Equador. "Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do México", disse López Obrador. A Convenção de Viena estabelece que as embaixadas são territórios invioláveis.
O Itamaraty condenou a invasão da embaixada, e o presidente Lula (PT) prestou solidariedade ao presidente mexicano. "A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização", diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Glas foi transferido para uma penitenciária de segurança máxima do país. Vice-presidente de Rafael Correa (2007-2017), ele cumpriu pena pelo escândalo de propinas da Odebrecht. Porém, enfrenta outro mandado de prisão por supostamente desviar fundos destinados a trabalhos de reconstrução após um terremoto em 2016.
Ex-vice-presidente e o próprio Correa afirmam que se trata de uma perseguição política. O ex-mandatário, que ainda é bastante popular em seu país, foi condenado a oito anos de prisão por corrupção e inabilitado politicamente. Ele vive exilado na Bélgica, país de origem de sua esposa.
México já havia rejeitado uma solicitação do Equador para permitir a captura de Glas na embaixada. Na sexta, López Obrador fez uma defesa ferrenha do instituto do asilo no México apontando que, no passado, salvou a vida de muitos latino-americanos perseguidos por ditaduras. Nos últimos anos, o país concedeu asilo ou refúgio a outros ex-colaboradores de Correa.
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