Trump ataca Biden e pede troca de juiz: 'Bando de fascistas'
O ex-presidente dos EUA Donald Trump discursou hoje após ser condenado pela Justiça norte-americana por 34 acusações de fraude contábil. Ele falou por 35 minutos, fez ataques ao presidente Joe Biden, pediu a troca do juiz do caso, se defendeu das acusações e disse que vai recorrer.
O que aconteceu
Em tom eleitoral e falando a apoiadores no lobby da Trump Tower, o ex-presidente começou o discurso chamando o atual governo de "grupo de fascistas". "Se eles podem fazer isso comigo, eles podem fazer com qualquer um", afirmou Trump.
"Foi um julgamento injusto, queremos mudança de juiz." Ele acusou o juiz Juan Merchan, responsável pelo processo, de "crucificar" as testemunhas de defesa dele ao longo do julgamento. Trump disse, ainda, que o magistrado "parece um anjo, mas na verdade é um demônio" e que é "cheio de conflitos" de interesses.
"Queria ter testemunhado." Donald Trump também se queixou por não ter falado durante o julgamento, mas o ex-presidente não prestou depoimento a pedido dos próprios advogados.
Trump contestou a acusação de fraude e disse que cometeu só um delito leve. "Foi uma despesa legal, um pagamento para o meu advogado, e eles estão chamando de fraude contábil (...). O dinheiro foi pago de forma legal, foi apenas um acordo de confidencialidade."
Ex-presidente disse que vai recorrer da decisão. Trump ainda enfrenta outros três processos criminais —dois deles por seus esforços para anular a derrota eleitoral de 2020— mas o veredicto de Nova York pode ser o único proferido antes da eleição, já que os outros casos estão envolvidos em disputas jurídicas.
Isso é maior que Trump, é maior que eu, é maior que a minha Presidência.
Donald Trump, em discurso para apoiadores na Trump Tower
Ataque a Biden e eleição
Ex-presidente ainda chamou Biden de "desonesto, burro e mais incompetente da história" dos EUA. "Você dá uma olhada na maneira como ele trata a China, a Rússia e tantos outros", disse. "Ele é um perigo muito grande para o nosso país."
Trump ainda acusou adversários de tentarem vencer eleição nos tribunais. "Continuaremos a lutar e tornar a América grande novamente. O dia mais importante da história será 5 de novembro", disse o empresário, se referindo ao dia das eleições presidenciais.
Eles querem destruir nosso país. Se eles fizerem isso comigo, podem fazer com qualquer um. Tudo isso é mais importante do que eu e minha Presidência, estou lutando pela nossa Constituição. O que está acontecendo comigo não deveria acontecer com nenhum presidente. Foi uma despesa legal, um pagamento para o meu advogado.
Donald Trump
"Veredicto pelo povo"
Ontem, após a decisão, Trump disse que o "verdadeiro veredicto será em 5 de novembro pelo povo". Foi uma alusão a data das eleições presidenciais do país.
Sem provas, o ex-presidente também culpou o governo de Joe Biden pela condenação. "Todo o nosso país está sendo fraudado neste momento", disse Trump aos repórteres após deixar o tribunal. "Isso foi feito pela administração Biden para ferir ou ferir um oponente, um oponente político." E acrescentou: "Eles sabem o que aconteceu e todo mundo sabe o que aconteceu aqui".
Apesar da condenação, Trump continua na corrida para as eleições de novembro. Ele é o primeiro ex-presidente americano condenado criminalmente.
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Quero receberCampanha de Trump fala em 'prisioneiro político'
Logo após a condenação, a campanha do republicano enviou e-mails aos apoiadores. O título do e-mail afirmava que Trump é "um prisioneiro político". O texto questiona se esse seria o "fim da América" e prossegue apontando que a condenação foi "em um julgamento político fraudulento de caça às bruxas: "EU NÃO FIZ NADA DE ERRADO!"
No fim, o texto ainda pede o apoio ao republicano. O objetivo, continuam, é "reconquistarmos a Casa Branca e fazermos a América grande novamente", finalizou com a frase usada frequentemente por Trump. A informação é The Guardian.
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