Calor extremo mata peregrinos em celebração religiosa na Arábia Saudita
Pelo menos 14 jordanianos morreram durante a peregrinação religiosa muçulmana do Hajj na Arábia Saudita, que começou na sexta-feira (14) devido ao calor extremo, informaram autoridades neste domingo (16).
O que aconteceu
O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia confirmou que as mortes ocorreram por insolação. Nesta semana, as temperaturas ultrapassaram os 46º C, tornando muitos dos rituais ao ar livre e a pé especialmente desafiadores, principalmente para os idosos. Há informações de que outros 17 cidadãos jordanianos estão desaparecidos.
A situação é crítica também para peregrinos de outros países. O Crescente Vermelho Iraniano confirmou que cinco peregrinos iranianos também perderam a vida, embora a causa não tenha sido especificada. As buscas pelos desaparecidos continuam, conforme informaram autoridades jordanianas à AFP.
A Jordânia está coordenando com a Arábia Saudita os procedimentos de traslado dos corpos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia afirmou em comunicado que está trabalhando com as autoridades sauditas para enterrar ou transportar os corpos, conforme a vontade de suas famílias.
O Hajj é uma das maiores reuniões de massa do mundo, com mais de 1,8 milhão de peregrinos este ano. O evento tem um histórico de catástrofes, incluindo pisoteamento em massa e incêndios em tendas, mas o principal desafio costuma ser o calor intenso.
O chefe do centro meteorológico saudita alertou sobre o aumento das temperaturas. Ayman Ghulam informou que as temperaturas médias em Meca e Medina estão 1,5 a 2 graus Celsius acima do normal. Um centro de tratamento perto do Monte Arafat registrou 225 casos de estresse por calor, informou a BBC.
As autoridades sauditas adotaram medidas para mitigar o calor. Foram criadas muitas áreas climatizadas, além de distribuírem água e aconselharem os peregrinos sobre como se proteger do sol. O Ministério da Saúde saudita também pediu aos peregrinos que se mantenham hidratados e evitem estar ao ar livre entre as 10h e 16h.
A peregrinação termina na quarta-feira. No ano passado, pelo menos 240 pessoas morreram durante o Hajj, e o pior desastre ocorreu em 2015, quando um pisoteamento em massa matou mais de 2.000 pessoas.
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