Ex-governador na Argentina é condenado por abuso sexual de sobrinha
José Jorge Alperovich, ex-governador de Tucumán, na Argentina, foi condenado nesta terça-feira (18) a 16 anos de prisão por abuso sexual de sobrinha e ex-colaboradora, entre 2017 e 2018.
O que aconteceu
Juiz determinou a prisão imediata do ex-governador e ex-senador. Em sua decisão, o juiz Juan Ramos Padilla disse que os abusos ocorreram no âmbito de uma relação de intimidação, uma vez que havia relação de dependência, poder e autoridade. O magistrado argumentou que o cárcere corresponde a uma "reparação" à vítima. A defesa do político de 69 anos informou à imprensa local que irá recorrer da decisão.
Ex-governador esteve presente com advogados e filhos na primeira fila do tribunal. O nome da mulher dele, Beatriz Rojkés, estava registrado por meio da plataforma de videochamada Zoom, mas a sua imagem não apareceu para o público em momento nenhum, segundo relatou o jornal argentino La Nación.
Advogados de vítima pediram 22 anos de prisão. A defesa do político negou o crime, alegou motivação política na acusação e pediu a sua absolvição. O juiz deu a oportunidade de Alperovich fazer suas alegações finais, mas ele optou por ficar em silêncio. A audiência terminou em menos de 15 minutos.
Alperovich não queria que a vítima trabalhasse com ele. Ele queria levá-la para a cama. O conceito é primitivo. O senhor feudal governa. Você não pode discutir com o chefão. Você faz o que quiser. Este julgamento é um julgamento sobre a impunidade do poder. Ela estava em um cenário de submissão, em 'situação de cativeiro'. A vítima se sentia prisioneira e estava a mercê do abusador. Sandro Abraldes, promotor do caso, na semana passada, em declaração reproduzida pelo La Nacion
Ele foi governador de Tucumán, província localizada no norte do país, por três mandatos consecutivos, entre 2013 e 2015. Depois atuou como senador até 2021. Iniciou a sua trajetória política pelo peronismo —movimento político que surgiu na Argentina nos anos 1940, quando Juan Domingo Perón atuava no poder—, mas acabou se tornando um aliado do kirchnerismo em boa parte dos mandatos. Beatriz Rojkés, mulher de Alperovich, chegou a se tornar presidente provisória do Senado (terceira na linha de sucessão).
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