Conteúdo publicado há 5 meses

Turistas brasileiros são assaltados no Peru e têm que andar 6h no deserto

A van de um grupo de turistas que fazia um passeio em um deserto na região sul do Peru foi roubada. No grupo, estavam o casal de brasileiros Andressa Alexandre e Paulo Ricardo da Cruz, que tiveram que andar 25km por cerca de 6h depois do ocorrido.

O que aconteceu

Andressa e Paulo precisaram caminhar por 25km em busca de ajuda. Eles foram de van para um passeio guiado ao Cânion de los Perdidos e desceram junto com o grupo para ir até a atração, mas quando voltaram notaram que o veículo havia sido roubado.

A história foi relatada pelo casal em uma série de vídeos no TikTok. O caso aconteceu em maio, quando os primeiros relatos foram publicados nos stories do Instagram. O primeiro vídeo foi publicado no TikTok em 7 de junho, mas a história viralizou no começo desta semana e então Andressa e Paulo, que são de Cascavel (PR), postaram mais relatos do ocorrido.

Os paranaenses relataram que ao chegarem próximos do local, as duas vans que levavam o grupo estacionaram e o grupo seguiu caminhando até o cânion. Segundo Andressa, como o trajeto envolvia uma trilha um pouco íngreme, duas outras viajantes decidiram não fazê-lo e esperar no carro. Pelo mesmo motivo, os guias orientaram que quem quisesse poderia deixar os pertences dentro do veículo.

Na volta, o cenário era de confusão. De acordo com ela, uma das turistas que havia ficado "estava estirada no chão". A história relatada pelo motorista foi que após a saída do grupo, assaltantes se aproximaram em uma moto e levaram uma van com tudo o que havia dentro e a bateria do segundo veículo, já que eles não teriam conseguido ligá-lo.

A turista que estava no chão teria reagido ao assalto. O objetivo era tentando recuperar o passaporte que estava dentro da van, mas não obteve sucesso.

Sem transporte e sem sinal de celular, o grupo teve que escolher entre ficar parado esperando por ajuda, que poderia não chegar antes do anoitecer, quando a temperatura cai drasticamente, ou sair andando tentando encontrar o caminho de volta. Com medo do frio, eles optaram pelo segundo caminho.

Ainda segundo os relatos de Andressa publicados nas redes sociais, o grupo se dividiu em dois e caminhou para direções opostas. De um lado, o motorista acreditava que seria o caminho para a estrada, do outro, o guia imaginava que conseguiriam sinal de celular para pedir ajuda.

A caminhada de volta

Segundo Andressa, ao longo da caminhada eles sentiam dois medos: de que os assaltantes voltassem e de que a noite caísse enquanto eles ainda estivessem no deserto. Em determinado momento, uma pessoa do grupo conseguiu sinal de celular e ligou para a agência, que disse que enviaria ajuda, mas orientou que eles continuassem caminhando.

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O grupo foi resgatado quando estava prestes a anoitecer
O grupo foi resgatado quando estava prestes a anoitecer Imagem: Reprodução/Instagram Praladafronteira

Depois de 5h30 de caminhada, avistaram um carro, que inicialmente temeram ser de criminosos e, por isso, pegaram pedras nas mãos para se protegerem em caso de abordagem. No entanto, o carro tinha sido enviado para resgatá-los e levou parte do grupo que estava em uma situação mais delicada, como a da turista que tinha tido o pé atropelado. Eles também deixaram água com as pessoas que ficaram e orientaram que seguissem andando.

Quando faltavam cerca de 20 minutos para o pôr do sol, o grupo avistou outro veículo, que os resgatou. "Parecia uma miragem. Era inacreditável pensar que depois de praticamente 6h caminhando a gente finalmente seria resgatado", contou Andressa. "Foi muito emocionante", completou.

De volta à cidade, o casal foi à delegacia registrar um boletim de ocorrência, mas enfrentou resistência dos policiais. A paranaense explicou que com isso passaram ainda mais cerca de 5h na delegacia, insistindo para serem atendidos. "Um passeio que era para a gente estar no hotel 4h da tarde, no final acabamos chegando 3h da manhã".

Andressa e Paulo têm um canal no Youtube, além das contas no TikTok e Instagram, por isso registraram em vídeo todas as etapas do dia, antes e depois do assalto. Os dois tinham optado por não deixar seus pertences na van quando saíram para a trilha, por isso não perderam nenhum bem e conseguiram registrar tudo.

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