Apagão global deixa professor brasileiro preso em Miami após excursão
O professor brasileiro Alef Antunes está preso em Miami, nos EUA, desde a noite de quinta-feira (18), quando uma falha global no sistema da Microsoft provocou o cancelamento do voo em que ele embarcaria.
O que aconteceu
Alef, que leciona no Colégio Rio Christian School, voltava de uma excursão com a turma que durou 14 dias. Os alunos e colegas dele conseguiram embarcar no último voo da American Airlines antes da pane.
Ele e outro professor ficaram para trás no Aeroporto Internacional de Miami. "Estou muito frustrado de estar preso aqui. Tudo ainda é incerto, sem datas nem horários definidos para um novo voo", desabafou, em entrevista ao UOL na noite desta sexta-feira (19).
O colega de Alef conseguiu embarcar pouco antes de a reportagem entrar em contato com o professor. "Estou ansioso para voltar para casa e retomar minha rotina. A única opção que me resta é ficar aqui, aguardando a companhia aérea na esperança de conseguir embarcar em um voo de volta", declarou.
Ele conta que a companhia aérea disponibilizou hospedagem e vouchers para alimentação. Ele voltou ao aeroporto após ficar em um hotel durante a madrugada, e agora tenta novamente embarcar. Segundo ele, é preciso aguardar em filas para conseguir os vouchers e, talvez, entrar em um voo para o Brasil.
Alef diz que está ansioso para reencontrar as duas filhas. "É uma situação muito ruim, elas estão esperando eu chegar em casa, presentes, o aguardado reencontro. Infelizmente, está sendo adiado em muitas horas e, talvez, alguns dias", lamentou.
A diretoria do Colégio Rio Christian School disse que está prestando assistência ao professor. "Entendemos o quão frustrante e desafiador é para nossos profissionais estarem longe de casa em uma situação como essa. Estamos oferecendo todo o apoio necessário e esperamos que a situação seja resolvida o mais breve possível," afirmou Gabriel Frozi, fundador e CEO da instituição.
A American Airlines havia informado mais cedo que seus voos começaram a ser normalizados por volta das 6h (horário de Brasília). O UOL tenta contato com a companhia aérea após o relato do professor. Se houver resposta, o texto será atualizado.
Retomada de voos
Aeroportos brasileiros não tiveram sistema afetado, mas oito voos atrasaram. A Aena, que administra o aeroporto de Congonhas (SP) e outros 16 no Brasil, diz que cinco voos atrasaram em Recife, um em Campo Grande, um em Santarém (PA) e um em Monte Claros (MG), "por questões das companhias aéreas". Segundo a concessionária, "os sistemas estão funcionando normalmente e não houve impacto às operações de pouso e decolagem". Já o aeroporto de Guarulhos opera normalmente, informou a assessoria de imprensa.
Companhias aéreas dos Estados Unidos suspenderam operação por horas. Mais de 2 mil voos foram cancelados e outros 5.300 estão atrasados, segundo o FlightAware. A American Airlines diz que seus voos começaram a ser normalizados por volta das 6h (horário de Brasília). A United levantou as restrições de voo às 12h30.
Aeroportos na Europa começaram a normalizar a situação por volta das 12h. O Aeroporto de Edimburgo, no Reino Unido, alertou que ainda haverá repercussão na malha aérea e que os passageiros devem checar as informações de voos com as companhias. O tráfego aéreo foi suspenso em vários países, incluindo Espanha, Alemanha, Austrália, Hong Kong e Amsterdã. Imagens mostram aeroportos lotados e muitas filas nos balcões de check-in.
O apagão também afetou bancos, empresas de mídia e até hospitais em São Paulo.
Incidente está relacionado a um erro na atualização da empresa de cibersegurança CrowdStrike. As primeiras informações indicam que o apagão teve origem em sistemas da CrowdStrike que usam o sistema Windows, da Microsoft.
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