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Kamala compara Trump a 'predadores' e 'trapaceiros' em fala a apoiadores

Um dia após Joe Biden anunciar a desistência de concorrer à reeleição e declarar apoio à vice-presidente Kamala Harris, a democrata fez críticas a Donald Trump em discurso para a equipe de campanha em Wilmington (EUA), nesta segunda-feira (22).

O que aconteceu

A democrata comparou Trump a 'predadores' e 'trapaceiros' ao citar o período em que foi procuradora da Califórnia. "Naquela função, eu me deparei com criminosos de todos os tipos. Predadores que abusaram de mulheres. Fraudadores que roubaram consumidores. Trapaceiros que violaram as regras em benefício próprio. Então, acreditem quando eu digo que conheço tipos como Donald Trump".

Kamala pregou união para derrotar o republicano. "Nesta eleição, nós temos uma pergunta: que tipo de país nós queremos viver? Um país de liberdade, de compaixão e justiça ou um país de caos, medo e ódio?", questionou.

Vocês estão aqui porque, como líderes, vocês sabem que cada um de nós, incluindo os vizinhos, amigos e família... cada um de nós, como americanos, tem o poder de responder essa pergunta. É o poder do povo. Portanto, nos próximos 106 dias, nós temos um trabalho. Temos que trabalhar, pessoas para conversar, telefonemas a fazer e uma eleição para vencer.
Kamala Harris

A atual vice-presidente dos EUA citou as causas pelas quais irá lutar, caso seja indicada como candidata à Presidência pelo partido. Entre elas, a democrata afirmou que não irá permitir a proibição do aborto.

Nós lutamos sempre pelos direitos reprodutivos. Sabendo que, se Trump tiver a chance, ele vai assinar a proibição do aborto em todos os estados. Mas nós não vamos permitir que isso aconteça. Essa equipe aqui vai nos ajudar, em novembro, a eleger uma maioria do Congresso que concorda que governo não deve dizer o que uma mulher deve fazer com seu corpo. E quando o Congresso aprovar uma lei de liberdade reprodutiva, eu vou assiná-la como lei. Kamala Harris, em discurso para apoiadores

A democrata também afirmou que vai lutar pela restrição do acesso a armas no país. "Nós que acreditamos que podemos viver livres da violência das armas. E nós vamos lutar para aprovar leis que tornem o acesso às armas mais difícil e que os rifles de assalto sejam banidos", destacou.

Kamala encerrou o seu discurso ao som de "Freedom", de Beyoncé. A música faz parte do sexto álbum da cantora americana, Lemonade (2016). Trecho da letra da canção traz a seguinte mensagem: Liberdade, liberdade! Não posso me mover | Liberdade, me liberte, sim | Liberdade, liberdade! Onde está você? | Porque eu preciso de liberdade também! | Eu quebro as correntes sozinha |Não vou deixar minha liberdade apodrecer no inferno | Ei, eu vou continuar em frente | Porque vencedores não desistem de si mesmas.

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Apoio em massa de democratas

A vice-presidente Kamala Harris tem o apoio mais de mil delegados democratas. Isso corresponde a mais da metade dos delegados necessários para indicação de candidatura à Presidência dos Estados Unidos, segundo levantamento feito pela AP (Associated Press).

Apoio em massa ocorre um dia após a desistência de Joe Biden. Pelo menos 1.280 delegados disseram à agência ou anunciaram publicamente o seu apoio a Kamala Harris. Outros 88 estavam indecisos até a tarde desta segunda-feira (22).

Kamala precisa de 1.969 dos 3.936 delegados democratas. A campanha quer garantir a sua nomeação até a noite de quarta-feira (24). Para isso, ela terá de obter a maioria dos quase 4.000 delegados democratas na convenção do partido, segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters. A convenção do partido, onde a candidatura da chapa democrata será oficializada, está programada para ser realizada de 19 a 22 de agosto em Chicago, no estado de Illinois (EUA).

O endosso dessa maioria simples é um importante passo para Kamala. Os apoios indicam que ela será a escolhida do partido para disputar contra o republicano Donald Trump as eleições presidenciais que serão realizadas em novembro.

Cercada por familiares e funcionários. A vice-presidente passou o seu domingo realizando inúmeras ligações para autoridades democratas para se movimentar politicamente e buscar apoio à sua candidatura, conforme relataram fontes à AP.

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Quem é Kamala Harris?

A vice-presidente é filha de pai jamaicano e mãe indiana. Ela foi a primeira mulher, a primeira pessoa negra e a primeira pessoa de origem indiana a tomar posse como vice-presidente dos EUA.

Kamala Harris estudou ciências políticas, economia e direito. Ela foi aprovada no exame da Ordem dos Advogados em 1990 e iniciou sua carreira como promotora pública.

Ela se autodenominava a "melhor policial" da Califórnia. Kamala irritou parte da polícia com sua recusa em aplicar sentença de morte contra um acusado de matar um policial. Ao mesmo tempo, foi criticada por uma fraca atuação contra a corrupção nas forças policiais.

Harris subiu na hierarquia até se tornar procuradora-geral da Califórnia, em 2011. Ela foi a primeira mulher, negra e sul-asiática americana a ocupar o cargo.

O início da carreira política foi em 2015, quando concorreu ao Senado, com apoio de Joe Biden e do então presidente dos EUA, Barack Obama. Em 2017, se tornou a segunda mulher negra a tomar posse no Senado.

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Em 2019, lançou campanha no partido Democrata para a sua indicação presidencial. À época, Biden foi seu oponente. Ela desistiu da disputa e apoiou Biden, que mais tarde a convidou para ser sua vice-presidente. A chapa foi eleita à Presidência dos EUA em novembro de 2020.

*Com informações da AFP e Reuters

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