Proteção vitalícia e 7 mil agentes: como funciona o Serviço Secreto dos EUA

A diretora do Serviço Secreto dos Estados Unidos, Kimberly Cheatle, renunciou ao cargo nesta terça-feira (23), um dia depois de admitir que a agência falhou em sua missão de evitar uma tentativa de assassinato contra Donald Trump. A entidade tem recebido críticas e será alvo de uma investigação por supostas falhas na proteção do ex-presidente.

Como funciona o Serviço Secreto?

O Serviço Secreto foi criado inicialmente para combater a falsificação de moeda. No entanto, após o assassinato do presidente William McKinley em 1901, recebeu a missão de proteger o presidente, o vice-presidente e suas famílias, tanto nos Estados Unidos quanto no exterior.

O Serviço protege presidentes, ex-presidentes e cônjuge (de forma vitalícia), além dos filhos dos ex-presidentes até os 16 anos. Seus agentes também garantem a segurança de chefes de Estado e de governo estrangeiros em visitas oficiais, em grandes eventos nacionais ou internacionais nos Estados Unidos. Ao todo são três frentes de atuação. São elas: proteção em viagens e missões, postos permanentes de segurança e atuação da divisão uniformizada com patrulhas diárias.

São cerca de 7 mil agentes. Estima-se que o Serviço Secreto tenha cerca de 3.200 agentes especiais, 1.300 uniformizados e mais de 2.000 técnicos administrativos.

Trabalho é feito em parceria com a polícia local. De acordo com informações do site do Serviço Secreto dos EUA, o órgão atua em conjunto com outras agências federais, estaduais e locais para ajudar diariamente na segurança dos envolvidos. Quando o presidente viaja, por exemplo, uma equipa avançada de agentes do Serviço Secreto trabalha com as autoridades locais para implementar conjuntamente as medidas de segurança necessárias.

Também há parceria com as Forças Armadas. Os militares apoiam o Serviço Secreto por meio da utilização de equipes de eliminação de material bélico explosivo e de recursos de comunicação. A agência federal também consulta especialistas de outras agências sobre a utilização das técnicas de segurança mais avançadas.

Críticas após atentado

Kimberly Cheatle enfrentava pedidos de democratas e republicanos para renunciar depois que um atirador de 20 anos feriu o ex-presidente republicano e atual candidato à Casa Branca. O atentado ocorreu em comício de campanha em Butler, na Pensilvânia, em 13 de julho.

Ela compareceu perante um comitê do Congresso na segunda-feira e disse que o ataque a Trump, que foi levemente ferido na orelha direita, representou "a falha operacional mais significativa do Serviço Secreto em décadas". Republicanos e democratas pediram a renúncia de Cheatle, que irritou os parlamentares de ambos os partidos ao se recusar a fornecer detalhes específicos sobre o ataque, citando a existência de várias investigações em andamento.

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Cheatle serviu como agente do Serviço Secreto por 27 anos antes de deixar o cargo em 2021 para se tornar chefe de segurança da PepsiCo na América do Norte. Ela havia sido nomeada pelo presidente Joe Biden em 2022 para liderar a agência.

Muitos se perguntam por que o edifício do qual o atirador disparou ficou fora do "perímetro" do Serviço Secreto e era vigiado pela polícia local. Cheatle, admitiu sua responsabilidade pelos fatos em uma entrevista exibida pela rede ABC. E confirmou que o edifício onde o atirador estava localizado ficava no "perímetro externo" do comício, sob a responsabilidade da polícia local e não do Serviço Secreto.

*Com informações da AFP e de reportagem publicada em 15/07/24.

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