Defensor de baleias e fundador do Greenpeace: quem é o ativista Paul Watson
O ativista canadense Paul Watson foi preso na manhã de domingo (21) na Groenlândia. Ele é considerado um dos maiores ambientalistas do mundo contra a caça de baleias e foi um dos fundadores do Greenpeace.
O que aconteceu
Paul Watson foi preso quando parou para abastecer. A ação faz parte de um denúncia do Japão contra ativistas comandados por Watson que atacaram embarcações do país na Antártica em 2010. Ele era procurado pela Interpol desde 2012 e pode ser extraditado para o Japão.
Foi um dos fundadores do Greenpeace, em 1971. Ele saiu da organização em 1977, por discordar dos rumos, estrutura e táticas de ação que o grupo tomava.
O ativista criou a Sea Shepherd no mesmo ano em que saiu do Greenpeace. A instituição estuda espécies marinhas, aciona a Justiça contra a pesca ilegal, promove a limpeza de oceanos e praias.
Sua instituição é famosa por promover batalhas navais contra a pesca predatória. A Sea Shepherd afunda ou danifica navios baleeiros e barcos de pesca ilegal ou excessiva.
Pela ação da Sea Shepherd, é chamado de "terrorista dos mares". O apelido é usado especialmente em países onde a pesca é um dos pilares econômicos e tradicionais, como Noruega, Dinamarca, Japão e Canadá.
Watson é tido como um dos maiores ambientalistas do mundo. Ele foi eleito um dos 20 maiores ambientalistas do século 20 pela revista Time. Também recebeu o Prêmio Amazônia da Paz, em 2007.
Não é a primeira vez que ele é preso. Watson já cumpriu prisão domiciliar por um mês na Alemanha, em 2012, a pedido de um promotor da Costa Rica —o ambientalista é acusado de tentativa de homicídio no país latino desde 2012, mas a acusação foi derrubada após um vídeo provar que não houve feridos.
Watson nunca retornou ao Canadá por medo de ser extraditado para o Japão. O ativista recebeu asilo na França e foi aos Estados Unidos em 2017, com o apoio do ex-secretário de estado John Kerry.
O ativista crê que 6.500 baleias foram salvas em uma década de operações no Japão. Nas Ilhas Faroe, na Dinamarca, estima ter diminuído em 30% o número de espécies de golfinhos sacrificadas. "O oceano é como um faroeste", disse Watson em entrevista a Ecoa em 2022.
*Com informações de reportagem publicada em Ecoa.
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