Conteúdo publicado há 1 mês

Cinco são presos em protesto durante discurso de Netanyahu no Capitólio

A polícia prendeu cinco pessoas que protestavam nos corredores do Congresso americano, em Washington (EUA), durante o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nesta quarta-feira (24).

O que aconteceu

Informação foi confirmada pela polícia em publicação nas redes sociais. "Cinco pessoas na galeria acabaram de interromper o discurso durante a Reunião Conjunta. Todos eles foram imediatamente retirados da galeria e presos. Perturbar o Congresso e manifestar-se nos edifícios do Congresso é ilegal", diz a publicação.

Manifestantes pró-Palestina entraram em confronto com a polícia do lado de fora do Capitólio. Eles se envolveram em um confronto com agentes enquanto tentavam ultrapassar a barreira policial.

Parte da multidão começou a ficar violenta na First Street e Constitution Avenue, NW. Os manifestantes não obedeceram à nossa ordem de recuar da linha policial. Estamos usando spray de pimenta em qualquer um que tente infringir a lei e cruzar essa linha. Polícia do Capitólio em post no X (antigo Twitter)

Deputada democrata protestou contra primeiro-ministro. Rashida Tlaib —única congressista palestina-americana— segurou uma placa preta e branca com a frase "criminoso de guerra", de um lado, e "culpado de genocídio", do outro, segundo relatou a rede de TV CNN. Ela ficou sentada o tempo todo. Entretanto, o premiê israelense foi aplaudido de pé pela maior parte dos congressistas, tanto republicanos quanto democratas.

Premiê enfrenta pressão internacional

Primeiro-ministro enfrenta pressão internacional devido à guerra contra o Hamas. O número de mortos entre os palestinos na ofensiva de retaliação de Israel chegou a mais de 39 mil, segundo as autoridades de saúde de Gaza, no enclave administrado pelo Hamas. Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas e grande parte do enclave foi destruída por ataques aéreos e bombardeios de artilharia.

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Em seu discurso, o premiê falou sobre os 120 israelenses que permanecem reféns dos extremistas. "A dor que essas famílias suportaram está além das palavras. Eu me encontrei com eles novamente ontem e prometi a eles isto: não descansarei até que todos os seus entes queridos estejam em casa. Todos eles."

Netanyahu também pediu ajuda militar aos EUA para poder acelerar o fim da guerra. "A ajuda militar dos EUA pode acelerar drasticamente o fim da guerra em Gaza e ajudar a prevenir uma guerra mais ampla no Oriente Médio. Hoje, enquanto Israel luta na linha de frente da civilização, eu também apelo à América: deem-nos as ferramentas mais rápido, e terminaremos o trabalho mais rápido."

O primeiro-ministro negou ter deixado a população de Gaza passando fome durante a ofensiva de Israel. "Isso é uma mentira fabricada. Israel permitiu que mais de 40 mil caminhões de comida entrassem em Gaza. (...) Se os palestinos em Gaza não têm comida suficiente, não é porque Israel está bloqueando. É porque o Hamas está roubando essa comida", afirmou.

Discurso de Netanyahu na tarde de hoje não contou com a participação de Kamala Harris. A líder do Senado (e também possível candidata pelos democratas à presidência dos EUA) já havia deixado claro que não estaria presente no encontro. Ela estará em Indiana, onde discursará em um evento promovido pela fraternidade negra do país. A vice-presidente só deve se encontrar com Netanyahu em uma reunião privada na Casa Branca, nesta quinta-feira (25).

Encontro com Biden e Trump

Premiê israelense irá se encontrar com presidente americano Joe Biden nesta quinta-feira (25). Ele agradeceu ao chefe da Casa-Branca pelo esforço que tem feito no apoio ao ataque sofrido por Israel em 7 de outubro de 2023. "Eu quero agradecer o presidente Biden pelo esforço em favor dos reféns e também das famílias dos reféns. Eu agradeço ao presidente Biden pelo apoio a Israel após o ataque selvagem", declarou.

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Agenda nos Estados Unidos termina com encontro com ex-presidente Donald Trump, na sexta, na Flórida. No discurso, o premiê israelense elogiou Trump pelos chamados Acordos de Abraão, assinados durante o governo do republicano, que normalizaram as relações bilaterais entre Israel, Bahrein e os Emirados Árabes Unidos. Ele também lamentou o atentado contra Trump. "Emergiu são e salvo daquele ataque covarde contra ele, ataque desesperado à democracia americana", concluiu.

*Com informações das agências de notícia RFI e Reuters

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