Cinco são presos em protesto durante discurso de Netanyahu no Capitólio
A polícia prendeu cinco pessoas que protestavam nos corredores do Congresso americano, em Washington (EUA), durante o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nesta quarta-feira (24).
O que aconteceu
Informação foi confirmada pela polícia em publicação nas redes sociais. "Cinco pessoas na galeria acabaram de interromper o discurso durante a Reunião Conjunta. Todos eles foram imediatamente retirados da galeria e presos. Perturbar o Congresso e manifestar-se nos edifícios do Congresso é ilegal", diz a publicação.
Manifestantes pró-Palestina entraram em confronto com a polícia do lado de fora do Capitólio. Eles se envolveram em um confronto com agentes enquanto tentavam ultrapassar a barreira policial.
Parte da multidão começou a ficar violenta na First Street e Constitution Avenue, NW. Os manifestantes não obedeceram à nossa ordem de recuar da linha policial. Estamos usando spray de pimenta em qualquer um que tente infringir a lei e cruzar essa linha. Polícia do Capitólio em post no X (antigo Twitter)
Part of the crowd has started to become violent at First Street and Constitution Avenue, NW. The crowd failed to obey our order to move back from our police line. We are deploying pepper spray towards anyone trying to break the law and cross that line.
-- The U.S. Capitol Police (@CapitolPolice) July 24, 2024
Deputada democrata protestou contra primeiro-ministro. Rashida Tlaib —única congressista palestina-americana— segurou uma placa preta e branca com a frase "criminoso de guerra", de um lado, e "culpado de genocídio", do outro, segundo relatou a rede de TV CNN. Ela ficou sentada o tempo todo. Entretanto, o premiê israelense foi aplaudido de pé pela maior parte dos congressistas, tanto republicanos quanto democratas.
Solidarity with @RashidaTlaib ? pic.twitter.com/oNgqysSNiN
-- Nina Turner (@ninaturner) July 24, 2024
Premiê enfrenta pressão internacional
Primeiro-ministro enfrenta pressão internacional devido à guerra contra o Hamas. O número de mortos entre os palestinos na ofensiva de retaliação de Israel chegou a mais de 39 mil, segundo as autoridades de saúde de Gaza, no enclave administrado pelo Hamas. Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas e grande parte do enclave foi destruída por ataques aéreos e bombardeios de artilharia.
Em seu discurso, o premiê falou sobre os 120 israelenses que permanecem reféns dos extremistas. "A dor que essas famílias suportaram está além das palavras. Eu me encontrei com eles novamente ontem e prometi a eles isto: não descansarei até que todos os seus entes queridos estejam em casa. Todos eles."
Netanyahu também pediu ajuda militar aos EUA para poder acelerar o fim da guerra. "A ajuda militar dos EUA pode acelerar drasticamente o fim da guerra em Gaza e ajudar a prevenir uma guerra mais ampla no Oriente Médio. Hoje, enquanto Israel luta na linha de frente da civilização, eu também apelo à América: deem-nos as ferramentas mais rápido, e terminaremos o trabalho mais rápido."
O primeiro-ministro negou ter deixado a população de Gaza passando fome durante a ofensiva de Israel. "Isso é uma mentira fabricada. Israel permitiu que mais de 40 mil caminhões de comida entrassem em Gaza. (...) Se os palestinos em Gaza não têm comida suficiente, não é porque Israel está bloqueando. É porque o Hamas está roubando essa comida", afirmou.
Discurso de Netanyahu na tarde de hoje não contou com a participação de Kamala Harris. A líder do Senado (e também possível candidata pelos democratas à presidência dos EUA) já havia deixado claro que não estaria presente no encontro. Ela estará em Indiana, onde discursará em um evento promovido pela fraternidade negra do país. A vice-presidente só deve se encontrar com Netanyahu em uma reunião privada na Casa Branca, nesta quinta-feira (25).
Encontro com Biden e Trump
Premiê israelense irá se encontrar com presidente americano Joe Biden nesta quinta-feira (25). Ele agradeceu ao chefe da Casa-Branca pelo esforço que tem feito no apoio ao ataque sofrido por Israel em 7 de outubro de 2023. "Eu quero agradecer o presidente Biden pelo esforço em favor dos reféns e também das famílias dos reféns. Eu agradeço ao presidente Biden pelo apoio a Israel após o ataque selvagem", declarou.
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Quero receberAgenda nos Estados Unidos termina com encontro com ex-presidente Donald Trump, na sexta, na Flórida. No discurso, o premiê israelense elogiou Trump pelos chamados Acordos de Abraão, assinados durante o governo do republicano, que normalizaram as relações bilaterais entre Israel, Bahrein e os Emirados Árabes Unidos. Ele também lamentou o atentado contra Trump. "Emergiu são e salvo daquele ataque covarde contra ele, ataque desesperado à democracia americana", concluiu.
*Com informações das agências de notícia RFI e Reuters
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