Após vitória, Maduro pede respeito à Constituição e chama Milei de 'sádico'

Declarado vencedor das eleições para presidente da Venezuela, Nicolás Maduro defendeu o sistema eleitoral do país em seu primeiro discurso após o anúncio do CNE (Conselho Nacional Eleitoral). O pronunciamento da vitória foi realizado em frente ao Palácio de Miraflores na madrugada desta segunda-feira (29).

O que aconteceu

Com 80% das urnas apuradas, Maduro foi declarado vencedor na eleição presidencial da Venezuela ao obter 5,150 milhões de votos (51,2%) contra 4,445 milhões (44,2%) de Edmundo González Urrutia, principal candidato de oposição ao chavismo.

A vantagem de Maduro era de cerca de 700 mil votos no momento do anúncio. Segundo o CNE, com 80% das urnas apuradas, o resultado seria irreversível. O anúncio foi feito por volta da 1h da madrugada desta segunda-feira (29), horário de Brasília.

Logo após o anúncio do CNE, Maduro apareceu para apoiadores no Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano. Em sua fala defendeu o sistema eleitoral e pediu respeito à democracia, além de atacar o presidente da Argentina, Javier Milei.

"Nos Estados Unidos não há órgão eleitoral. Quando Donald Trump disse que houve fraude, nós nos metemos? É um assunto interno. Peço como presidente. Respeito à Constituição e à vida soberana da Venezuela. Respeito à vontade popular", disse Maduro a apoiadores.

Sem dar detalhes ou apresentar provas, Nicolás Maduro afirmou que o sistema eleitoral venezuelano sofreu "ataque hacker".

"Foi um ataque massivo ao sistema de transmissão do CNE, porque os demônios não queriam que se publicasse o resultado hoje. Sabemos de onde veio, quem ordenou. A Procuradoria-Geral da República vai fazer Justiça", disse Nicolás Maduro.

Mais cedo, Elvis Amoroso, presidente do CNE, disse que houve atraso na divulgação do resultado das eleições por conta de um ataque cibernético.

"O fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará", declarou Nicolás Maduro que também chamou seus adversários de "fascistas", além de puxar um coro "Viva Chávez".

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"O sistema eleitoral venezuelano tem um altíssimo nível de segurança. Houve 16 auditorias. Me digam, em que países há auditoria?" questionou Maduro ao enaltecer o processo eleitoral do país.

Na semana passada, ele questionou os sistemas eleitorais do Brasil, dos Estados Unidos e da Colômbia. O chavista também afirmou, sem provas, que as eleições nesses países não seriam auditadas.

"A Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil", reagiu o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Durante o discurso de hoje, Maduro chamou Javier Milei de "sociopata sádico", "fascista", "vendido" e "traidor da pátria", entre outros xingamentos, além de falar que ele "faz sofrer o povo argentino".

Mais cedo, Javier Milei disse que Nicolás Maduro, foi derrotado nas eleições realizadas no domingo (28), e que a Argentina "não reconhecerá outra fraude".

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