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Venezuela: Após votação, chefe das Forças Armadas fala em garantir paz

O ministro da Defesa da Venezuela, general-chefe Vladimir Padrino López, reafirmou compromisso de garantir paz à população durante discurso após o encerramento da votação, neste domingo (28).

O que aconteceu

Chefe das Forças Armadas, Padrino López se manifestou após o encerramento da votação. "Vamos continuar observando permanentemente toda a situação em todo o território nacional. Não é opção. Não estamos aqui debatendo entre uma opção... Se é paz ou violência. Queremos garantir a paz pela qual eles saíram para votar hoje."

Poderíamos dizer que nas eleições dos últimos anos nunca observamos tanta paz e tanta civilidade por parte do povo da Venezuela. Estaremos atentos. Apelo novamente à reflexão. Não queremos que os incautos comecem a desempenhar o papel de tolos úteis para perturbar a paz.
Padrino López

A comunidade internacional acompanha atentamente o posicionamento das Forças Armadas. porque setores militares apoiam o governo de Nicolás Maduro, que luta para permanecer no poder por mais seis anos.

Para o colunista do UOL Wálter Maierovitch, o resultado da eleição dependerá da vontade dos militares. "Os militares mandam na Venezuela e as organizações militares são hierarquizadas. Por enquanto, os militares reconhecem a liderança de Maduro, que, sem formação militar, mas com atuação política no trabalhismo e herdeiro político de Hugo Chávez, faz o papel de populista."

Para Maduro, apenas sua vitória garantiria a "paz" no país. O presidente da Venezuela chegou a alertar, no dia 18 deste mês, para a possibilidade de um "banho de sangue" e uma "guerra civil", caso não vencesse as eleições. "Quanto mais contundente for a [nossa] vitória, mais garantias de paz vamos ter", disse Maduro em discurso. A declaração foi duramente criticada pelo presidente Lula (PT).

As urnas foram fechadas às 18h (19h, horário de Brasília). Cerca de 17 milhões de eleitores votaram neste domingo. Outros 4 milhões de venezuelanos que vivem no exterior foram registrados para votar, mas apenas cerca de 69 mil atenderam aos requisitos estabelecidos pelo governo para votar no exterior.

Edmundo González Urrutia representa a coalização de oposição a Maduro. Segundo as pesquisas, ele é considerado o principal rival do atual presidente. Ele representa a ex-deputada María Corina Machado, favorita nas pesquisas, mas impedida pela Justiça de ocupar cargos públicos.

Eleições foram marcadas por confusões

Houve atraso e intimidação em algumas cidades. Centros eleitorais chegaram a registrar atraso de uma hora para início da votação em Táchira, estado que faz fronteira com a Colômbia. Na região, também foram registradas intimidações de grupos de homens encapuzados que realizaram disparos para o alto em meio às filas de eleitores. No município de Antonio Rómulo Costa, por exemplo, homens não identificados espalharam panfletos com mensagens intimidatórias próximo aos centros de votação.

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Voluntários pró e contra o governo de Maduro se enfrentaram. O incidente ocorreu no entorno de um centro de votação de Andrés Bello, estado de Miranda. Segundo fotos, militantes pró-governo tentaram impedir que um voluntário de oposição entrasse no centro de votação.

Um homem também foi preso por tirar foto da urna. Segundo o comandante estratégico operacional da Força Armada Nacional Bolivariana, Domingo Hernandéz Lárez, um homem foi detido por tirar fotos de uma máquina eleitoral. Ele estava com dois comprovantes de voto.

Observadores internacionais foram barrados às vésperas do pleito. O governo de Maduro proibiu a entrada de avião com ex-presidentes e uma comissão formada por dez deputados e senadores da Europa. No sábado (27), um ex-deputado espanhol —que participaria como observador das eleições a convite da oposição— também foi expulso.

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