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Peru reconhece opositor de Maduro como presidente eleito da Venezuela

O ministro das Relações Exteriores do Peru, Javier González-Olaechea, afirmou, nesta terça-feira (30), que Edmundo González é o novo presidente da Venezuela.

O que aconteceu

González-Olaechea disse, em entrevista à imprensa, que Nicolás Maduro tenta se manter no poder por meio de uma ditadura. "O senhor González é o presidente eleito, legítimo, da Venezuela".

Na segunda-feira (29), a pasta solicitou que os funcionários da diplomacia deixassem a Venezuela em até 72h. "Devido às graves e arbitrárias decisões tomadas pelo regime venezuelano", diz o comunicado. O ministro afirmou que a medida não afeta o funcionamento da embaixada, mas não descarta o rompimento da relação bilateral.

Javier González-Olaechea reforçou que as fronteiras já haviam sido reforçadas para controlar o fluxo migratório em meio à crise na Venezuela.

Colômbia pede atas

Ministro das Relações Exteriores da Colômbia pediu que as atas sejam divulgadas, para serem "auditadas pelo mundo". Luis Gilberto Murillo disse que, "pela paz na Venezuela", é preciso divulgar todos os dados da votação e esclarecer quaisquer dúvidas sobre as eleições.

Murillo pediu diálogo e paz nas ruas. "Manter um diálogo entre as partes e evitar a violência nas ruas será fundamental para se chegar a um acordo", afirmou o ministro. O político acrescentou que a comunidade internacional e o povo venezuelano esperam que a transparência e as garantias eleitorais prevaleçam.

Colômbia diz estar disposta a colaborar com os esforços necessários "para garantir a paz, a estabilidade e o aprofundamento da democracia na região". O ministro disse que a Colômbia monitorou o processo eleitoral na Venezuela, sempre respeitando a autonomia do país vizinho, e que manteve diálogo com todos os interessados do processo eleitoral.

Saída de diplomatas

O governo da Venezuela anunciou na segunda que retiraria do país o pessoal diplomático de sete países: Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai.

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Decisão foi tomada "em rejeição às ações e declarações intervencionistas" desses governos, diz comunicado. O texto se refere às reações negativas dos países após a autoridade eleitoral proclamar a reeleição do presidente Nicolás Maduro.

O presidente panamenho, José Raúl Mulino, alegou que só retomará laços com Caracas após revisão do resultado. Ele pediu uma "revisão completa das atas e do sistema de informática do escrutínio da votação que permitam conhecer a genuína vontade popular" dos venezuelanos.

Além da saída dos diplomatas, o Peru também convocou o embaixador para "consulta". "Dados os gravíssimos anúncios oficiais das autoridades eleitorais venezuelanas, foi providenciada a convocação imediata para consultas do Embaixador do Peru acreditado junto à República Bolivariana da Venezuela", disse o chanceler.

Maduro proclamado

O ditador Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela na tarde de segunda. A vitória foi confirmada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), mas as atas da eleição não foram divulgadas.

Maduro definiu o resultado como "irreversível". "Assumo o mandato do povo para ser seu presidente e levar nosso país à paz e prosperidade, à união nacional através do diálogo e, como esse resultado, a ser irreversível a paz, a igualdade, a independência nacional. Isso que tem que ser irreversível, a paz e a união, entre todos e todas".

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Durante o discurso, o ditador afirmou também "que não haverá fraqueza" contra adversários. "Desta vez não haverá nenhum tipo de fraqueza. Desta vez, na Venezuela, a Constituição será respeitada, a lei será respeitada, e nem o ódio, nem o fascismo, nem a mentira, nem a manipulação prevalecerão". Ele ainda disse que "estão tentando dar um golpe de Estado na Venezuela".

Maduro relacionou o apoio de líderes internacionais à oposição nesta eleição ao apoio declarado a Juan Guaidó em 2019. "Toda a ultradireita fascista, [...] os mesmos grupos, dirigidos pelo império norte-americano, foram os que tentaram tirar o poder do povo na Venezuela".

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