Brasil, Colômbia e México divulgam nota conjunta sobre eleição na Venezuela

Os governos do Brasil, Colômbia e México divulgaram nesta quinta (1º) uma nota conjunta sobre as eleições da Venezuela no último domingo (28), contestadas após reconduzirem o ditador Nicolás Maduro à presidência.

O que aconteceu

Comunicado diz que "soberania popular deve ser respeitada mediante verificação imparcial" dos resultados das urnas. Na mesma linha que o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, os governos pediram a divulgação dos dados por mesa de votação.

Divulgação acontece após telefonemas entre os presidentes Lula (PT), Gustavo Petro, da Colômbia, e Andrés Manuel Lopes Obrador, do México.

Ao menos 13 pessoas morreram desde o último domingo em protestos contra a vitória de Maduro. Dessas, dois eram adolescentes, de 15 e 16 anos. Mais de 700 pessoas também foram presas, e serão indiciadas por "terrorismo", segudo o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab.

Maduro foi proclamado presidente na última segunda (29), mesmo sem divulgação das atas da eleição. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, controlado por chavistas, Maduro teve 51,2% dos votos. A oposição contesta o resultado, e a OEA (Organização dos Estados Americanos) disse que o processo não foi transparente.

Governo brasileiro não reconheceu vitória de Maduro oficialmente, e disse que a publicação dos dados é fundamental para garantir a legitimidade da eleição. Em entrevista, o presidente Lula disse que, para ele, o que está acontecendo faz parte de um "processo normal". Tem uma briga, como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se ata tiver dúvida entre oposição e situação, oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça tomar o processo. Aí vai ter a decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo", disse.

Leia a íntegra da nota dos governos do Brasil, Colômbia e México:

Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro.

Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.

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As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.

Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.

Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.

Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano.

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