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Sakamoto: WhatsApp é pedra no sapato de um Maduro desesperado

A mobilização de protestos por meio do WhatsApp aumenta a pressão para que Nicolás Maduro atue de forma mais transparente em relação ao sistema eleitoral, o que apavora o ditador venezuelano, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto no do UOL News desta terça-feira (6).

Maduro disse que "romperá relações com o WhatsApp" porque, segundo o ditador, estão usando o aplicativo "para ameaçar a Venezuela".

Existem golpistas em qualquer lugar, mas o grosso da população venezuelana usa o WhatsApp para se comunicar e entender a situação de uma mídia extremamente polarizada entre governo e oposição e usam para trocar informação e se comunicar. O aplicativo está sendo, sim, usado para pressionar o governo a dar transparência.

O ponto é que o WhatsApp é hoje uma pedra no sapato do Maduro, assim como uma série de aplicativos. É uma troca de mensagens instantâneas, que pode ser usada inclusive por uma população que sente que seu governo está manipulando o processo eleitoral e que quer se organizar para protestar pela obrigação do governo de mostrar as provas de que ganhou as eleições, que é o que acontece com a Venezuela. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL News

Sakamoto disse ainda que Maduro pede por boicote, mas não tem estrutura para financiar o bloqueio do WhatsApp, o que reduzirá o diálogo de que o país tanto precisa.

O que a Venezuela está precisando é o oposto disso, que é diálogo, conversa e troca de informações para evitar uma guerra civil que ninguém tem como sair vencedor.

Maduro está indo no sentido contrário quando pede para silenciarem vozes dissonantes. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL News

Josias: Crítica ao WhatsApp revela desejo de Maduro censurar redes sociais

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Para Josias de Souza, ao excluir o WhatsApp do seu celular e incitar seus apoiadores a fazer o mesmo, Maduro revela sua real intenção de querer censurar as redes sociais na Venezuela.

Maduro está completamente fora de si. Quando alguns personagens ficam assim, mostram o que tem por dentro. Neste momento, Maduro mostra que o que vai na sua alma é um pendor ditatorial irreprimível. Quando estimula a população venezuelana a excluir o WhatsApp dos celulares, ele está dizendo que quer censurar as redes sociais.

Maduro está se equipando para mandar seus opositores para a cadeia e reprimindo fortemente as manifestações de rua. Ele está incomodado porque o WhatsApp se tornou a principal plataforma de convocação de manifestações de rua na Venezuela. Ele quer censurar, a exemplo do que ocorre na China e em outros países nos quais a ditadura prevalece.

Não há menor dúvida de que Maduro é hoje um ditador na verdadeira acepção da palavra. Para não usar apenas o modelo chinês ou russo na Venezuela, está adotando o da Nicarágua, que é uma ditadura de esquerda. Maduro aprofundará esse modelo e a repressão. Fará isso nas próximas semanas e meses. Josias de Souza, colunista do UOL

O tom elevado das declarações de Maduro serve como um alerta ao governo brasileiro, que defende um diálogo cada vez mais impensável entre o ditador e a oposição, na visão de Josias.

O governo brasileiro tem que tomar muito cuidado com esse discurso de defender a exibição de atas que o regime parece não ter a menor disposição de exibi-las e, ao mesmo tempo, estimula uma negociação entre governo e oposição. Difícil saber que negociação ainda é possível com um presidente que não suporta nem mesmo a liberdade de WhatsApp.

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Maduro dá todas as demonstrações de que fará o que for necessário para permanecer no poder. Imagina que um personagem assim conseguirá negociar com uma oposição que, por seu lado, diz ter saído vencedora do processo eleitoral. Ali, não parece haver negociação possível. Josias de Souza, colunista do UOL

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