Pensilvânia, a exploração de gás e o meio ambiente: os desafios de Kamala

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Precisamos falar da Pensilvânia. Não, não falaremos do Conde Drácula. Eu sei, piada velha e cringe, mas não resisto. Quem quiser ganhar a eleição americana (já contei aqui que não basta ter mais votos, tem que ganhar os colégios eleitorais) precisa levar os votos da Pensilvânia.

E Kamala tem um probleminha por lá: o fracking. Ah, Tixa, a essa altura do campeonato você vem com um inglês desse nível?

Esse é nível fácil, darling. O fracking é uma técnica de exploração de gás no meio das rochas, com perfurações insanas a grandes profundidades. Eles chamam de gás de xisto, quase não tem exploração disso no Brasil e, por isso, sabemos pouco. Mas, basicamente, é exploração de gás.

O problema

Quem é contra exploração de gás? Defensores do clima. Por que isso está abalando a Kamala? Isso, você já adivinhou, ela passou anos sendo fervorosamente contra o fracking porque ela é a favor do clima. Mas daí, ela precisa ganhar a Pensilvânia, que vive economicamente do quê? De fracking.

O problema 2

Kamala tinha tudo para escolher como candidato a vice o governador popular de onde? Da Pensilvânia. Escolheu? Não. Ela simplesmente deixou o Josh Shapiro de lado, que tem altos índices de aprovação no estado, para ficar com o Tim Walz porque vocês já sabem, o Walz tem mais cara de amigão que vai conquistar seu voto. Mas o povo da Pensilvânia vai entender isso como?

A solução

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Kamala está simplesmente mudando de posição. Li hoje no Axios (que é um site de jornalistas americanos respeitados) que ela simplesmente vai mudar de posição sem pedir desculpas, alegando que a experiência que teve na Casa Branca ajudou a mudar sua mente. Pode ser que esteja colando. Enfim, melhor não acender nenhum fósforo por lá com esse gás todo vazando. É pra rir, Tixa? Of course, darling!

E as pesquisas?

Dito tudo isso, Kamala apareceu bem na foto da mais recente pesquisa da Pensilvânia feita por New York Times/Siena. Ela vinha perdendo para Trump e, de repente, apareceu com cinco pontos a mais que o Trump nas intenções de voto.

E a economia?

O fracking tem a ver com a economia e a Kamala só agora vai começar a se posicionar sobre o assunto. Mas ela já está dando sinais de que vai ficar longe do Biden. É que os americanos estão com um probleminha de inflação e aí, sabe como é, eles nunca viveram isso.

Ela já disse em comício nesta semana que os preços estão muito altos e prometeu que vai reduzir custos, taxas ocultas e encargos por atrasos de instituições financeiras, limitar aumentos de aluguel "injustos" e preços de medicamentos prescritos. Na sexta, já disse que vai fazer uma nova saraivada de promessas, inclusive sobre preços abusivos das empresas. A mira está em quem? A classe média.

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Como fica a classe média?

Kamala quer reforçar nas propagandas que é uma filha da classe média. Já tem um vídeo dela circulando mostrando que ela trabalhou em um McDonald's enquanto estudava na universidade.

Geração sanduíche

A diretora de comunicações da Kamala também tem dito que a candidata democrata tem uma visão única sobre a classe média. Outro dia ela falou da "geração sanduíche". Ah, Tixa, claro, geração que só come McDonalds. Não, darling, é uma geração de adultos que cuidam dos pais idosos e de seus filhos crianças ao mesmo tempo.

Quem faz a Tixa: Josette Goulart, Marcelo Chello, Juliana Souza e Pedro Vedovato. Colaboração de arte: Osi Nascimento

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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