Conteúdo publicado há 4 meses

Blinken afirma que Netanyahu apoia o plano dos EUA para trégua em Gaza

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou nesta segunda-feira (19) que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou apoio à proposta dos EUA aproximar Israel e o Hamas visando alcançar um cessar-fogo.

O que aconteceu

Blinken incitou o Hamas a fazer o mesmo que Israel. "Em uma reunião muito construtiva com o primeiro-ministro Netanyahu hoje, ele me confirmou que Israel aceita a proposta de aproximação. Que a apoia. Agora cabe ao Hamas fazer o mesmo", declarou.

Israel se comprometeu a enviar uma delegação para as novas negociações. O encontro, que debaterá um acordo de cessar-fogo em Gaza, está previsto para ocorrer nesta semana em Doha ou no Egito. Antes, Israel e Hamas trocaram acusações sobre a responsabilidade pelo fracasso na rodada anterior de negociações indiretas.

O chefe da diplomacia americana se reuniu nesta segunda-feira com o primeiro-ministro israelense. Blinken, que desembarcou no país no domingo (18), também encontrou o presidente de Israel, Isaac Herzog. Esta é sua nona viagem ao Oriente Médio desde o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada após um ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro.

Antes, o secretário norte-americano fez um apelo a Israel e ao Hamas. A solicitação foi para que ambos não prejudiquem as negociações que visam o acordo de trégua. "Este é um momento decisivo, provavelmente o melhor, talvez a última oportunidade de levar os reféns para casa, alcançar um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para uma paz e segurança duradouras", disse Blinken ao se encontrar com o presidente de Israel, Isaac Herzog.

"Também é o momento de garantir que ninguém tome nenhuma medida que possa atrapalhar o processo", acrescentou Blinken.

Nova viagem e tentativa de negociação

Blinken viajará na terça-feira (20) ao Cairo. Na capital do Egito, os mediadores retomarão as negociações, e segundo um funcionário norte-americano também visitará a costa norte egípcia.

Chegada de secretário norte-americano a Israel coincide com um "atentado terrorista" em Tel Aviv no domingo. Uma pessoa ficou ferida, segundo a polícia israelense. O Hamas e a Jihad Islâmica Palestina assumiram a responsabilidade pelo ataque e ameaçaram realizar outros.

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"Nós estamos trabalhando para garantir que não aconteça uma escalada, que não aconteçam provocações, que não aconteçam ações que de alguma forma possam nos afastar de levar este acordo até o fim, ou que aconteça uma escalada do conflito para outros lugares", disse Blinken.

Além de pôr fim ao conflito em Gaza, os Estados Unidos esperam que um cessar-fogo ajude a evitar uma conflagração regional. Isso é temido devido a um possível ataque do Irã e dos seus aliados contra Israel.

A República Islâmica ameaçou Israel após acusá-lo do assassinato do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, em 31 de julho, em Teerã, e da morte, na véspera, do líder militar do movimento libanês Hezbollah, em um bombardeio reivindicado por Israel perto de Beirute.

'Ainda é possível', diz Biden

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, apresentaram na sexta-feira em Doha uma nova proposta do acordo. Porém, o Hamas rejeitou os termos, por considerar que responde às condições de Israel.

Netanyahu apelou no domingo à "pressão direta sobre o Hamas". O premiê, que afirmou repetidamente que queria continuar a guerra até a destruição do movimento islamista palestino, denunciou a sua "recusa obstinada" em chegar a um acordo.

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"Consideramos Benjamin Netanyahu plenamente responsável pelo fracasso dos esforços dos mediadores, pela obstrução de um acordo e pelas vidas dos reféns, que correm o mesmo perigo que o nosso povo", respondeu o grupo islamista, que não participou das conversações no Catar, em comunicado.

O Hamas pede a implementação do plano apresentado por Biden no final de maio. Ele que prevê uma primeira fase de seis semanas de trégua com a retirada israelense das zonas densamente povoadas de Gaza e a libertação dos reféns sequestrados em 7 de outubro. Em uma segunda fase, a proposta inclui a retirada total das tropas israelenses de Gaza.

Apesar de tudo, Joe Biden afirmou no domingo que uma trégua em Gaza "ainda é possível" e que o seu país não se dará por "vencido".

Devastação em Gaza

No ataque de 7 de outubro, milicianos islamistas do Hamas mataram 1.198 pessoas, a maioria civis. Eles também sequestraram 251 pessoas no sul de Israel, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Do número total de pessoas raptadas, 111 permanecem em Gaza. Todavia, 39 delas foram declaradas mortas pelo Exército de Israel.

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A ofensiva israelense em Gaza deixou pelo menos 40.139 mortos, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado desde 2007 pelo Hamas.

A guerra também exacerbou as tensões na fronteira israelense-libanesa, onde o Hezbollah e Israel trocam disparos quase diariamente.

(*Com AFP)

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