Israel ataca supostas estruturas do Hezbollah no Líbano; assista ao vídeo
As Forças de Defesa de Israel anunciaram nesta quarta-feira (18) que fizeram ataques aéreos em diferentes estruturas que seriam redutos de agentes do Hezbollah no Líbano.
O que aconteceu
Caças israelenses atingiram prédios em Jebbayn, no sul do Líbano. Os ataques israelenses também tiveram como alvo um lançador de foguetes e outros edifícios que seriam usados pelo grupo na cidade de Halta, nas vilas de Kfar Kila e Odaisseh, e em Chama.
No início da noite desta quarta, as forças israelenses também relataram que dispararam 10 foguetes. O alvo foi a área do Monte Hérmon, no Líbano, e teria atingido áreas abertas. Não foram informadas mortes em razão dos ataques.
Segundo o jornal The Israel Times, mais de 40 foguetes foram lançados do Líbano em direção ao norte de Israel nesta quarta. Apesar disso, não foi relatado nenhum caso de ferido na ocorrência.
Israel anuncia nova fase na guerra
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou que o "centro de gravidade" da guerra está se deslocando para o norte. A área é onde Israel enfrenta o movimento islamista libanês Hezbollah.
Manifestação ocorreu por meio de comunicado emitido pelo gabinete do ministro. "O centro de gravidade está se deslocando para o norte, recursos estão sendo alocados [para essa frente]", indicou Gallant, acrescentando que este é o "início de uma nova fase da guerra" que Israel e o movimento islamista Hamas travam há quase um ano na Faixa de Gaza.
Segundo Gallant, entre os recursos deslocados estão forças de segurança, recursos e energia. O ministro ressaltou que é "preciso se adaptar" a essa nova fase da guerra. "Precisaremos de consistência ao longo do tempo. Esta guerra requer grande coragem, determinação e perseverança."
Ministro ainda acrescentou que objetivos de guerra de Israel no norte são "claros e simples". "[Visamos] devolver os moradores das cidades do norte às suas casas em segurança." Ele ainda acrescentou que, apesar da nova fase do conflito, o governo israelense "não esquecerá os reféns e nossas tarefas no sul": "Este é nosso dever e estamos realizando-o ao mesmo tempo", disse, segundo o jornal The Times of Israel.
Gallant não citou as acusações ao país após as explosões contra o Hezbollah no Líbano, que estão sendo atribuídas a Israel. Todavia, ele elogiou o trabalho do exército e das agências de segurança do país, afirmando que "os resultados são muito impressionantes".
Ainda nesta quarta-feira (18), após a fala de Gallant, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu divulgou um vídeo de 10 segundos nas redes sociais. No registro, sem dar mais detalhes, ele prometeu levar os israelenses evacuados de volta para as suas residências. "Eu já disse, nós devolveremos os moradores do norte em segurança para suas casas. E é exatamente isso que faremos", disse o premiê, que não mencionou as explosões contra o Hezbollah.
Walkie-talkies do Hezbollah explodem no Líbano
Na terça-feira (17), uma sequência de explosões de pagers matou 12 pessoas e feriu quase 3.000. Nesta quarta, walkie-talkies do Hezbollah explodiram no subúrbio de Beirute e mataram ao menos 14 pessoas, segundo balanço oficial.
Pelo menos uma das explosões ocorreu perto de um funeral organizado pelo Hezbollah para os mortos no dia anterior, segundo a agência estatal. A multidão ficou desesperada após os equipamentos explodirem. Em vídeos divulgados por agências locais é possível ouvir estrondos e gritos. Fotografias dos aparelhos destruídos também foram publicadas nas redes sociais.
Vítimas morreram na região libanesa de Bekaa. O Ministério da Saúde do Líbano informou que explosões deixaram cerca de 450 feridos.
Newsletter
DE OLHO NO MUNDO
Os principais acontecimentos internacionais e uma curadoria do melhor da imprensa mundial, de segunda a sexta no seu email.
Quero receberAparelhos detonaram no final da tarde de hoje (horário local, cerca de 11h30 no horário de Brasília). Os ataques aconteceram em todo o sul do país e nos subúrbios ao sul da capital Beirute. Os rádios portáteis foram adquiridos pelo Hezbollah há cinco meses, na mesma época em que os pagers foram comprados, disse uma fonte de segurança à Reuters.
O Hezbollah é aliado do grupo extremista Hamas, protagonista de uma guerra de quase um ano contra Israel na Faixa de Gaza. Embora a violência tenha recentemente aumentado, há décadas a fronteira entre Israel e o Líbano é cenário de conflitos.
Israel ainda não emitiu nenhuma confirmação oficial sobre o envolvimento do país nas explosões de hoje e ontem. Sem citar a onda de explosões, o chefe das Forças de Defesa de Israel, o general Herzi Halevi, declarou nesta quarta-feira que o país tem "muito mais capacidades" que ainda não foram usadas na luta contra o Hezbollah.
O Hezbollah, aliado do Hamas, ameaçou Israel. Em um comunicado, o grupo disse que "a resistência islâmica no Líbano continuará (...) suas operações para apoiar Gaza" e prometeu um "ajuste de contas severo" contra os israelenses.
Hezbollah promete vingança
O grupo terrorista prometeu vingança após as explosões. "Agressão criminosa que também teve como alvo civis", diz comunicado do Hezbollah. O grupo afirmou que os seus "mártires e feridos" foram sacrificados. Os representantes anunciaram que a resposta virá "de onde o inimigo a espera e de onde não a espera".
O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, não ficou ferido após as explosões. A informação foi revelada por uma fonte importante do Hezbollah à Reuters.
Líbano anunciou que está preparando uma queixa no Conselho de Segurança da ONU. O Ministério das Relações Exteriores do país afirmou que começou a preparar uma queixa para apresentar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas depois que milhares de pessoas ficaram feridas em todo o país.
Os Estados Unidos afirmaram que não estão envolvidos nas explosões. A Casa Branca também destacou que não tinha conhecimento prévio de que o ataque, atribuído a Israel, ocorreria. "Posso dizer a vocês que os Estados Unidos não estiveram envolvidos nisso, que não tinham conhecimento prévio sobre este incidente e que, neste momento, estamos reunindo informações", declarou à imprensa o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller.
*Com AFP e Reuters
Deixe seu comentário