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Mulher grávida foge do Líbano em trabalho de parto para dar à luz no Iraque

Uma mulher grávida libanesa precisou fugir do país com a família enquanto estava em trabalho de parto para conseguir ter o seu bebê em segurança. A criança nasceu o Iraque.

O que aconteceu

Lubana Ismail tentou ser atendida em hospitais do Líbano. Ela contou que procurou unidades de saúde em Beirute e em Sídon, mas todos estavam lotados de mortos e feridos. Segundo a Reuters, um balanço divulgado na segunda-feira (7) pelo Ministério da Saúde libanês mostrou que ataques israelenses já mataram 2.083 pessoas e deixaram de 9.869 feridos.

A mulher grávida fugiu de sua aldeia, no sul do Líbano. Ela estava acompanhada do marido e de dois filhos quando entrou em trabalho de parto. "Nenhum hospital me aceitou. Fomos mandados embora em todos os lugares até que meu pai sugeriu que fôssemos para o Iraque", contou a libanesa.

Família embarcou em um voo para Najaf, cidade no Iraque localizada a cerca de 160 km ao sul de Bagdá. Foi na cidade de peregrinação xiita e antiga zona de guerra a mais de 1.000 km de casa que Lubana finalmente deu à luz Zahraa, saudável e segura.

O pai do bebê, Fouad Youssef, descreveu os perigos da fuga. "Primeiro, fomos para Tiro [cidade libanesa], mas um bombardeio aconteceu bem perto de nós. Decidimos ir para Beirute, pensando que seria mais seguro, mas mesmo no caminho, um ataque aconteceu perto de nós", disse ele à Reuters. "Durante nossos dois dias de deslocamento, tentei levar minha esposa para um hospital porque seu parto estava difícil. Mas devido ao alto número de feridos, não havia vagas", lamentou.

Mais de um milhão de libaneses fugiram de suas casas desde que Israel intensificou seus ataques aéreos. O movimento extremista Hezbollah tem trocado tiros com forças israelenses ao longo da fronteira entre os países desde 8 de outubro de 2023, um dia após o atentado do Hamas contra Israel.

Mortes no Líbano por ataques de Israel ultrapassam as da guerra de 2006. Para efeito de comparação, as mortes do atual conflito entre Israel e o Hezbollah ultrapassaram o balanço total de óbitos na guerra do Líbano em 2006. Na ocasião, o Exército de Israel invadiu o Líbano para lutar contra o grupo xiita.

Intensificação da ofensiva

O Exército israelense afirmou que intensificou sua ofensiva terrestre no Líbano. Em comunicado, Tel Aviv indicou que "operações limitadas e seletivas contra alvos terroristas e infraestruturas do Hezbollah" estão sendo realizadas no litoral libanês. Na véspera, Israel já havia alertado que em breve operaria "na zona marítima" ao sul do rio Al Awali, e pediu à população que deixasse a área. Enquanto isso, as forças israelenses seguem bombardeando o sul e o leste do Líbano, bem como os subúrbios do sul de Beirute.

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O Hezbollah, por sua vez, reivindicou disparos de foguetes contra posições militares no norte de Israel, incluindo a cidade de Haifa. Foram lançados 85 projéteis, segundo Tel Aviv, a maioria deles foi interceptada pelo sistema de defesa israelense.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou os libaneses a "salvarem" o país. Caso contrário, o Líbano pode ser palco "de destruição e sofrimento", "como o vemos na Faixa de Gaza".

"Israel decidiu colocar um fim nisso", disse. Em um vídeo de pouco mais de três minutos publicado na rede social X, o primeiro-ministro israelense explica, em inglês, que o Líbano foi destruído por "uma dezena de tiranos e terroristas". Segundo ele, o país era antes conhecido como "a pérola do Oriente Médio", célebre por sua "tolerância e beleza", mas hoje "é um lugar de caos e guerra".

Netanyahu acusou o Irã de financiar e armar o Hezbollah. "Transformou o Líbano em uma reserva de armas e em uma base militar do Irã". O premiê também afirma que desde o ataque do grupo Hamas, em 7 de outubro de 2023, o movimento armado libanês entrou em guerra contra Israel, "atirando, desde então, oito mil mísseis" contra cidades e civis israelenses.

*Com AFP e Reuters

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