Netanyahu diz que Irã cometeu 'erro amargo' e que guerra não vai parar
Após um drone ser lançado contra sua casa, neste sábado (19), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, responsabilizou o Irã e aliados, entre eles o Hezbollah, pelo ataque e afirmou que a guerra vai continuar.
O que aconteceu
Netanyahu declarou que sofreu tentativa de assassinato por agentes do Irã. Ele e a família não estavam no local. Ninguém ficou ferido, segundo o governo de Israel. "Tentaram assassinar a mim e a minha esposa, cometeram um erro amargo", escreveu o premiê no X.
O primeiro-ministro israelense disse que guerra irá continuar. "Isto não impedirá a mim e ao Estado de Israel de continuar a guerra contra os nossos inimigos para garantir a nossa segurança durante gerações".
O drone que atingiu a cidade de Cesareia tinha como alvo a residência particular do primeiro-ministro israelense. "Digo aos iranianos e aos seus parceiros no eixo do mal: Qualquer pessoa que prejudique os cidadãos do Estado de Israel pagará um preço elevado por isso", publicou Netanyahu.
A ofensiva foi a primeira direcionada ao premiê israelense desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. Inicialmente, o drone foi atribuído à milícia xiita libanesa Hezbollah. Nenhum dos grupos que dispararam contra Israel no último ano, incluindo o Hezbollah, grupo armado libanês apoiado pelo Irã, reivindicou a responsabilidade por esse ataque.
A casa de férias de Netanyahu em Cesareia também já foi alvo de inúmeros protestos de israelenses. Nos últimos dois anos, protestos a reforma judicial e para exigir um acordo de trégua em Gaza que permitisse a libertação de reféns foram registrados no local.
Na declaração de hoje, o premiê citou o retorno dos reféns de Gaza. Na sexta-feira (18), o grupo palestino Hamas afirmou que os reféns mantidos na Faixa de Gaza só serão libertados após o fim da ofensiva de Israel, apesar da morte de seu novo líder, Yahya Sinwar, na quarta-feira (17), em uma operação israelense.
Continuaremos a eliminar seus terroristas, devolveremos os nossos reféns de Gaza, retornaremos nossos residentes no norte. Alcançaremos todos os objetivos de guerra que estabelecemos.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel
Irã afirma que ataque foi realizado pelo Hezbollah
O Irã afirmou que o movimento islamista libanês Hezbollah, apoiado militar e financeiramente por Teerã, foi o responsável pelo ataque. O relato foi publicado neste sábado (19) após o ataque a drone contra a casa do primeiro-ministro israelense.
"Esta ação foi realizada pelo Hezbollah libanês", afirmou a missão iraniana na ONU, em um breve comunicado publicado pela agência oficial Irna.
Sirenes soaram em Israel durante toda a manhã de sábado
Hezbollah disparou projéteis de vários locais no Líbano. O grupo apoiado pelo Irã lançou foguetes contra uma base militar na região de Haifa, em Israel.
Um homem na cidade portuária de Acre, no norte de Israel, morreu após ser atingido por estilhaços. A informação é do serviço de emergência Magen David Adom, enquanto estilhaços também feriram cinco pessoas na cidade de Kiryat Ata, em Haifa.
O Hezbollah tem disparado foguetes e drones contra o norte de Israel há um ano. Ataques ocorrem em apoio ao movimento palestino Hamas, que realizou um atentado no dia 7 de outubro de 2023 ao sul de Israel a partir de Gaza.
Israel intensifica ataques a Gaza
Na frente sul, Israel lançou ataques aéreos na Faixa de Gaza. Um bombardeio noturno em Jabalia, no norte, matou 33 pessoas, de acordo com a Agência de Defesa Civil do território.
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Quero receberNa madrugada de sábado, três casas no campo de refugiados de Jabalia foram atacadas. Testemunhas disseram à agência de notícias AFP que houve tiroteio e bombardeios na direção do campo. As forças israelenses concentraram seus ataques no norte de Gaza, onde dizem que o Hamas está se reagrupando.
Quatro pessoas morreram, incluindo um prefeito, após um bombardeio israelense no leste do Líbano, neste sábado. Ataque aéreo teve como alvo um apartamento residencial na cidade de Baaloul, no oeste do Vale do Bekaa. As informações foram publicadas pela Agência Nacional de Notícias do Líbano.
O prefeito de Sohmor, Haidar Shahla, está entre os mortos. Ele é o segundo chefe municipal a perder a vida desde que Israel e o grupo libanês Hezbollah declararam guerra em 23 de setembro. No dia 16 de outubro, o governo do Líbano anunciou que o prefeito da cidade de Nabatiyeh, Ahmad Kahil, também morreu durante uma série de bombardeios das Forças Armadas de Israel. Ataque atingiu o prédio da prefeitura enquanto políticos participavam de uma reunião.
As Forças de Defesa de Israel não comentaram o ataque. A mídia libanesa também relata ataques israelenses no subúrbio ao sul de Beirute, um reduto do Hezbollah conhecido como Dahiyeh. Israel pediu aos civis libaneses que evacuassem a área antes dos ataques aéreos.
Israel bombardeia desde 23 de setembro as posições do Hezbollah no Líbano. O grupo xiita abriu uma frente de ataque após 7 de outubro em apoio ao Hamas. Após enfraquecer o Hamas em Gaza, o exército israelense deslocou a maior parte de sua operação militar para a frente libanesa.
Em quase um mês, ao menos 1.373 pessoas morreram no Líbano. Dados são de uma contagem baseada em relatórios oficiais. A ONU afirma que há cerca de 700 mil deslocados.
Mais de 40 mil mortos em Gaza. Pelo menos 42.438 pessoas morreram, a maioria civis, na ofensiva israelense em Gaza após o ataque de 7 de outubro de 2023, segundo os dados do Ministério da Saúde do território, considerados confiáveis pela ONU.
*Com AFP e Reuters
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