Conteúdo publicado há 17 dias

Mulher é presa após andar com roupa íntima em universidade do Irã

Uma mulher foi presa no sábado (2) após se despir e andar com roupa íntima pela Universidade Islâmica Azad, em Teerã, capital do Irã.

O que aconteceu

Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra a jovem sentada em uma praça, enquanto conversa com um homem e uma mulher. O homem fala ao telefone, enquanto a estudante gesticula com os braços.

Os dois se afastam, e a aluna sai andando de braços cruzados pela universidade. A atitude seria um protesto contra o assédio de milicianos da Guarda Revolucionária, segundo grupos ativistas. Relatos na imprensa internacional também citam uma possível manifestação contra o código de vestimenta islâmico.

Após o ato, a estudante teria sido jogada em um carro por homens vestidos à paisana. Segundo o site Amir Kabir, ela foi agredida durante a prisão.

A jovem usava roupas "inapropriadas" em sala de aula, disse a agência iraniana Fars. Segundo a empresa de notícias, associada ao governo, agentes de segurança teriam conversado "calmamente" com ela.

Entidades se posicionam

A ONG Anistia Internacional cobrou a libertação da estudante e falou em "violência sexual". "As autoridades devem protegê-la de tortura e outros maus-tratos e garantir acesso à família e ao advogado. Alegações de espancamentos e violência sexual contra ela durante a prisão precisam de investigações independentes e imparciais".

Mai Sato, relatora da ONU para assuntos do Irã, disse, no X, que acompanha o caso. "Estarei monitorando esse incidente de perto, incluindo a resposta das autoridades".

Amir Mahjob, porta-voz da Universidade Islâmica Azad, definiu a atitude da aluna como "indecente". Segundo ele, a polícia constatou que a jovem tem transtorno mental. "Além de se separar do ex-marido, ela também é mãe de dois filhos. Espero que a reputação da sua família e o futuro dos seus filhos não sejam prejudicados", escreveu no X.

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Ele disse que a estudante havia sido advertida por filmar colegas e professores. "Após ser avisada por alunos e seguranças, ela chega no pátio e comete os insultos". Mahjob ainda escreveu que esteve na delegacia e, para rebater alegações de supostas violações contra a aluna, disse que o estado de saúde dela é "bastante favorável".

Um número crescente de mulheres tem desafiado as autoridades descartando seus véus após protestos em todo o país. As manifestações se intensificaram após a morte, em setembro de 2022, de uma jovem curda iraniana sob custódia da polícia de moralidade por supostamente violar as regras do hijab (véu islâmico).

*com informações da Reuters e AFP

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