'Condenado' e 'ameaça': como imprensa mundial reagiu à vitória de Trump
A imprensa global repercutiu a vitória de Donald Trump, 78, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. A vitória foi cravada às 7h32 (horário de Brasília), quando o republicano garantiu 276 delegados. Minutos depois, venceu também no Alasca, chegando a 279 delegados.
Veja o que os principais jornais do mundo publicaram
New York Times
O jornal americano New York Times afirmou que a eleição de Donald Trump reflete uma "escolha perigosa" que "ameaça a nação" em editorial após vitória do republicano. Eleição de Trump leva EUA por um "caminho precário que não pode ser previsto".
Editorial também afirmou que as medidas de proteção constitucionais, pensadas pelos fundadores do país em caso de "eleição de autoritários", deverão ser defendidas pelos americanos neste mandato. NYTimes apoiou a candidatura de Kamala nas eleições e, no sábado (2), disse aos eleitores que eles deveriam "votar para acabar com a Era Trump", que republicano era "inapto para liderar" e "representa uma ameaça à democracia".
The Guardian
O jornal britânico The Guardian publicou que a vitória de Trump representa um "risco para a liberdade de imprensa nos Estados Unidos e em outros países". A publicação também aponta que o republicano "deixou claro o seu desdém pelo jornalismo".
O editorial classificou a vitória de Trump como algo "devastador" para história dos EUA. "Ao longo destes tumultuosos quatro anos, nunca minimizamos ou normalizamos a ameaça do autoritarismo de Trump e tratamos as suas mentiras como um perigo genuíno para a democracia, uma ameaça que encontrou a sua expressão em 6 de Janeiro de 2021", diz o texto.
Além disso, The Guardian ainda destacou que a eleição do republicano trará "implicações dramáticas" para as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, para a saúde da democracia americana, para os direitos reprodutivos, para a desigualdade e para o nosso futuro ambiental. "Redobrarmos os nossos esforços para responsabilizar o presidente eleito e aqueles que o rodeiam", garantiu o jornal.
El País
O jornal espanhol El País escreveu que Trump se mostrou imune aos escândalos e destacou que o republicano se tornou o primeiro criminoso condenado a ser eleito presidente dos Estados Unidos. "O novo triunfo de um político demagogo e populista, mas, ao mesmo tempo, carismático, representa um terremoto para o futuro dos Estados Unidos e do mundo", segundo editorial do tradicional jornal espanhol.
Bild
O Bild, um dos principais jornais da Alemanha, publicou que apesar de as pesquisas apontarem para uma disputa acirrada, Donald Trump foi eleito. O periódico também destacou as mensagens dos principais líderes globais após a vitória de Trump. "A sua vitória ainda não tinha sido anunciada oficialmente, mas o vencedor das eleições, Donald Trump, já recebia os primeiros parabéns dos que estão no poder em todo o mundo", diz o texto do alemão.
Clarín
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Quero receberO periódico argentino Clarín destacou a frase de Trump em discurso após a vitória em seu texto. "Os Estados Unidos nos deram um mandato poderoso e sem precedentes".
O jornal, um dos principais da Argentina, classificou o dia da eleição como "eletrizante". Destacou também que a campanha do republicano atingiu homens brancos de classe média e trabalhadores que sentiam que o seu padrão de vida já não era o que costumava ser. "Mas sem dúvida muitas mulheres, preocupadas com a economia, e setores latinos e afro-americanos também votaram nele".
Washington Post
O principal jornal da capital americana anunciou que nesta eleição não apoiaria nenhum dos candidatos. Na manchete desta quarta-feira, o site destacou o texto "Trump Triunfa".
"Trump alcançou uma maioria no colégio eleitoral ao manter a sua maioria com eleitores homens e brancos sem diploma universitário, ao mesmo tempo que teve um desempenho superior em círculos eleitorais democratas históricos, como os latinos e os eleitores jovens, de acordo com sondagens preliminares", publicou o jornal.
O periódico também ressaltou que a vitória do republicano veio após condenações criminais e dois impeachments, "aproveitando uma onda de insatisfação dos eleitores com a direção do país sob quatro anos de liderança democrata".
Vanity Fair
A revista norte-americana Vanity Fair fez duras críticas à vitória de Trump. No texto, a revista escreveu que o republicano lançou um ataque sem precedentes à democracia ao deixar a Casa Branca "em desgraça".
"Sua vitória eleitoral em 2024 contra a vice-presidente Kamala Harris marca uma recuperação política surpreendente para o demagogo republicano desde sua derrota na tentativa de reeleição em 2020 - e uma virada profundamente preocupante para o país, já que um criminoso condenado duas vezes por impeachment e com aspirações autoritárias assumirá o poder mais poderoso", publicou a Vanity Fair.
Washington Times
O segundo maior jornal da capital americana, o conservador Washington Times, anunciou apoio a Donald Trump durante a campanha. Nesta quarta-feira, classificou a vitória de Trump como uma "recuperação impressionante".
O periódico citou que a volta do republicano à Casa Branca veio após quatro acusações, 34 condenações criminais e duas tentativas de assassinato. O Washington Times destacou a frase de Trump a centenas de apoiadores no centro de convenções de Palm Beach, na Flórida, onde acompanhou a apuração. "Vamos ajudar nosso país a se curar", disse. "Isto será para sempre lembrado como o dia em que o povo americano recuperou o controlo do seu país", acrescentou.
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